Uma audiência de conciliação em processo de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e assembleia, à noite, com trabalhadores da Cerâmica Elizabeth, marcam a terça-feira, 23 da greve dos ceramistas de Criciúma e Região. “Unidade, mobilização e legalidade marcam a nossa greve, que já tem resultados positivos com acordo com duas empresas. A reivindicação dos trabalhadores é tão somente renovar a convenção coletiva de trabalho que expirou em 31 de dezembro e aumento real de salários, em um momento em que as empresas atravessam seu melhor momento e têm expectativa muito boa para o futuro diante da retomada da economia. Estas foram as deliberações de nossas assembleias gerais, nossa instância maior”, informa o presidente do Sindicato dos Ceramistas, Itaci de Sá.
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O primeiro ato de greve, na cerâmica Angel Gres, a produção foi paralisada no início da noite de sábado, 20. Representantes da empresa chamaram a diretoria do Sindicato para negociar e apresentaram uma proposta de acordo, que foi discutida e aprovada às 5 horas da madrugada seguinte, em assembleia com os trabalhadores, que vão receber reajuste salarial de 6,5% e renovadas todas as demais cláusulas da convenção coletiva de trabalho de 2020.
Itaci revela que o mesmo processo ocorreu na noite de sábado, na Cerâmica Elizabeth, do bairro Quarta Linha. Ficou pendente, somente o índice de aumento real a ser concedido. “Na noite desta terça-feira, na frente da empresa, faremos nova assembleia com os trabalhadores e apresentaremos a proposta de aumento real que a empresa vai propor e o pessoal vai decidir”, diz Sá.
Na audiência de conciliação do TRT a expectativa é que o sindicato patronal reveja sua proposta, rejeitada por quase 70% dos trabalhadores que participaram das seis assembleias da semana passada, quando a greve foi deliberada. “Sem aumento real, reduzindo o intervalo de almoço/jantar para 30 minutos e implantando a “Escala Marshall” (jornada com dois ou três dias seguidos de 12 horas de trabalho), entre outras medidas, a categoria não concorda e o movimento continua e o sindicato continuará seguindo todas as deliberações das assembleias”, finaliza o presidente do sindicato dos ceramistas.