Os amigos do time da Wasatch Academy, na cidade de Mount Pleasant, em Utah (EUA), estranham quando Emanuely e Mariana dizem que vão voltar para o ‘seu time’. Jogando há um ano em território norte-americano, as adolescentes de Criciúma consideram a equipe de basquete da Satc como ‘seu time’. É a base, a volta para casa, o reencontro com as duas famílias que ficaram aqui: a do lar e a do esporte.
Emanuely de Oliveira, 17 anos, e Mariana Minotto, 17, deixaram as quadras de basquete da Satc no segundo semestre do ano passado. Foram para os Estados Unidos com muita vontade de aprender, de crescer no esporte e sabendo falar quase nada na nova língua. “O inglês foi o maior desafio”, contou Emanuely que já se vira bem nas conversas. Mas o que apertou mesmo foi a saudade. “Nunca tinha ficado longe de casa. Mas eles nos acolheram muito bem. A gente sempre tem alguma coisa pra fazer e aí sobra menos tempo pra sentir tanta saudade”, afirmou Mariana.
As duas jovens atletas estão há quase três meses curtindo as férias escolares americanas no Brasil. Na próxima quarta-feira (30) arrumam as malas e retornam para os estudos, treinos e jogos pela escola. No período de férias o que elas menos fizeram foi ficar paradas. A técnica da equipe de basquete feminino da Satc, Luana Minotto, e a auxiliar Deise Bernardo, aproveitaram as jovens atletas para motivar os times. “Elas chegaram a ajudar nos treinos das meninas mais novas. São um exemplo”, destacou Luana.
O amor pelo basquete e o carinho pelas quadras que frequentaram por seis anos é visível nas palavras de Emanuely e Mariana. “A gente quer agradecer à Satc, à Luana e à todas as meninas por tudo. Aqui é nossa família”.
Projeto formador
A proposta da Satc é estimular a prática do basquete já com as meninas. “A categoria sub-12 já recebe meninas de 10, 11 anos. Queremos formar a base, seguir o exemplo de países como o Canadá e Estados Unidos, que começam cedo a formar essas atletas”, ressaltou o coordenador de Educação Física da Satc, Antônio Luiz Soratto, o Toninho.
No projeto, podem participar alunas de escolas públicas e particulares da região que queiram aprender a jogar basquete e que gostam do esporte. Divididas em cinco categorias, de acordo com a idade, elas participam de treinos semanais e de eventos competitivos.
“Mais do que estimular o esporte, o basquete contribui para uma formação cidadã, aprendizado do trabalho em equipe e também pela manutenção das notas escolares, já que todas precisam estar na escola”, afirmou Toninho.