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Após 17 anos, argentinos serão julgados por assassinato na Praia da Ferrugem

Três argentinos acusados de assassinar um compatriota na Praia da Ferrugem serão julgados no dia 19 de outubro em uma sessão do Tribunal do Júri; crime ocorreu em 2006

A comarca de Garopaba, no litoral sul catarinense, marcou para o próximo dia 19 de outubro, a partir das 9 horas, a sessão do Tribunal do Júri que será responsável pelo julgamento de três cidadãos argentinos acusados de provocar a morte de um jovem compatriota, em crime ocorrido após discussão registrada ao amanhecer de 19 de janeiro de 2006, por volta das 5 horas, na praia da Ferrugem.

O caso gerou grande repercussão no país vizinho e o fato dos envolvidos e boa parte das testemunhas serem estrangeiros provocou morosidade processual, com a necessidade de expedição de inúmeras cartas rogatórias – instrumento jurídico para comunicação entre as justiças de países diferentes, com o objetivo de obter a colaboração para a prática de atos processuais – e prazos dilatados de cumprimento.

Os três acusados responderão pela morte da vítima. Dois deles por lesões corporais seguida de morte; um por homicídio agravado. A conexão entre os crimes levou o trio ao banco dos réus. Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima, um jovem de 23 anos à época, apenas observava uma briga entre veranistas da entrada de sua pousada, quando teria feito um comentário em voz alta sobre a violência desmedida.

Os três argentinos ouviram sua fala e mudaram a direção da agressividade para o rapaz. Partiram sobre a vítima aos socos. Um deles fez com que o jovem fosse projetado ao solo e perdesse a consciência. Neste momento, um dos agressores apanhou um bloco de pedra que estava no chão, levantou sobre sua cabeça e atirou sobre o tórax do compatriota caído. A perícia apontou posteriormente que a pedra pesava 17 quilos.

Neste mesmo dia, os três retornaram para a pousada em que estavam hospedados, arrumaram as malas e partiram de retorno para Corrientes, capital da província do mesmo nome, na região norte da Argentina, cerca de 900 quilômetros de Buenos Aires. A polícia chegou aos seus nomes com o auxílio dos responsáveis pelo estabelecimento hoteleiro, que dispuseram suas fichas cadastrais e licenças dos veículos.

O trio não chegou a ser preso. Foram ouvidos por rogatórias e negaram participação nos fatos, inclusive disseram sequer conhecer a vítima. A sessão do júri acontecerá na Câmara de Vereadores de Garopaba, de forma totalmente presencial. Foram arroladas 20 testemunhas – cinco de acusação e 15 pela defesa dos três acusados.

O juízo local contou com a colaboração da Coordenação-Geral de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal, para solicitar às autoridades portenhas que intimem os réus à comparecerem ao júri, providência já concluída

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