Que a convenção de PSDB e Cidadania não daria luzes ao futuro da federação em direção à candidatura de Esperidião Amin (PP) ou, em hipótese mais difícil, à postulação de Carlos Moisés (Republicanos), já era de esperar, mas o que ocorreu nos bastidores merece registro.
O quadro que parece inalterado é o de que a cúpula quer Amin, que aguarda pacientemente, enquanto os 30 prefeitos e muitos dos 27 vices preferem Moisés, que, depois da reunião de sexta passada, acenou com a possibilidade de reservar pelo menos uma grande estatal aos tucanos, além de uma suplência e 20% do gabinete do candidato ao Senado Celso Maldaner.
Não ao acaso, embora sustente de maneira oficial que tenha sido rotulada de institucional, a visita do presidente em exercício do MDB, o ex-deputado Edinho Bez, acompanhado do deputado federal, presidente licenciado e candidato ao Senado Celso Maldaner, teve relevância nas costuras.
Inclinados a apoiar Amin, que já deixou claro que concorre com ou sem os tucanos, PSDB e Cidadania só definirão a situação nesta quinta-feira, dia 4, em reunião fechada na sede do diretório estadual do tucanato, onde 11 votos estarão em disputa, com preferência para o candidato pepista.
Mudança mais à frente
Entre os tucanos circula a versão de que o melhor acordo viria em um eventual segundo turno, máxima que está direcionada a Moisés. Não valeria largar Amin agora.
Conversas na Casa d’Agronômica
Antes de ir à convenção com os tucanos, a deputada federal Carmen Zanotto, presidente estadual do Cidadania, tomou café da manhã com Moisés, na Casa d’Agronômica.
Carmen tem minoria na decisão da federação e disse ao governador que o partido prefere seguir com ele, principalmente os prefeitos, embora ela tenha uma ligação mais clara com o senador Jorginho Mello (PL) e precise respeitar a construção com os tucanos.
Análise da LDO
Força-tarefa entra em campo na Assembleia nesta terça-feira, dia 2, para apresentar uma alternativa e manter o repasse do duodécimo aos poderes (Legislativo e Judiciário) e aos órgãos com autonomia financeira e administrativa (TCE, MP e Udesc) vinculados ao incremento da arrecadação, o que não valeria para o Executivo.
São necessários 21 votos para que isso ocorra, uma ação que tem o respaldo de todos os envolvidos, depois que, na Comissão de Finanças, o deputado Bruno Souza (Novo) conseguiu derrubar uma emenda do deputado Marcos Vieira (PSDB).
Correria no MDB
Nominata a deputado estadual e federal está na ordem do dia dos emedebistas nesta terça-feira, dia 2, com pesada reunião com os pré-candidatos, no fim da tarde, com desdobramento na sequência.
Candidatos ligados a Antídio Lunelli, que receberiam uma ajuda financeira robusta do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, simplesmente debandaram, além disso há também a necessidade de reagrupar os que abraçaram a campanha de Rosi Maldaner a estadual e dividirão a dobradinha com Celso, mais deputados federais.
Resumo: o MDB precisa cumprir os 30% de mulheres nas chapas.
Relevância passa longe
Quiseram transformar o encontro entre o governador Carlos Moisés e o prefeito Fabrício Oliveira (Podemos), de Balneário Camboriú, em fato político quando o assunto em pauta era o enorme pepino chamado Hospital Ruth Cardoso, que sequer tem alvará de funcionamento emitido pelo município e só conseguirá receber verba do Estado com a contratação de uma Organização Social.
Fabrício desmentiu qualquer manifestação a favor de Moisés, o que nem seria necessário se quem armou a divulgação conhecesse a ligação dele com Paulo Bornhausen, agora pré-candidato a deputado federal pelo PSD, aliado de Gean Loureiro (União Brasil).