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Covid: SC tem 89 tipos de linhagens do vírus SARS-CoV-2 circulantes

Secretaria de saúde divulga boletim de vigilância genômica e atualiza o cenário de circulação de variantes do coronavírus em Santa Catarina

A Superintendência de Vigilância em Saúde, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/SC) divulga uma nova edição do Boletim de Vigilância Genômica do SARS-Cov-2 em Santa Catarina. Com dados atualizados até a Semana Epidemiológica (SE) 20/2022 (21 de maio), o boletim apresenta um panorama das mutações e variantes do coronavírus que circulam no estado, visando compreender os padrões de dispersão e evolução do vírus, bem como monitorar o possível impacto desses fatores na epidemiologia da Covid-19.

Até o momento, foram identificados 89 tipos de linhagens do vírus SARS-CoV-2 circulantes em Santa Catarina desde o início da pandemia, sendo 27 linhagens correspondendo a variante Ômicron. Desde o início de 2022, a VOC Ômicron é a variante predominante no estado.

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Em relação à circulação das diferentes sublinhagens da Ômicron, até a SE 10 (12 de março), a sublinhagem BA.1 era predominante. Já a partir da SE 11 (13 de março), a sublinhagem BA.2 da Ômicron passa a predominar entre as variantes em circulação no estado, com o declínio das infecções pela BA.1.

A sublinhagem BA.2 difere da BA.1 em sua sequência genética, especificamente na sequência de aminoácidos na proteína spike. Estudos demonstram que a BA.2 tem uma vantagem de crescimento sobre a BA.1, sendo ainda mais transmissível, podendo inclusive causar reinfecções em menor espaço de tempo. Estudos sobre a gravidade da doença provocada pela sublinhagem BA.2 seguem em andamento, mas observa-se que populações não vacinadas recentemente, sem a dose de reforço, e principalmente idosos que sofrem o fenômeno da imunossenescência (declínio da função imunológica), podem evoluir para formas mais graves.

A partir da SE 17 (24 de abril), foram identificadas novas sublinhagens da Ômicron: (BA.2.12.1 e BA.5) e a forma recombinante (XQ).

A BA.2.12.1 é uma sublinhagem da Ômicron que tem provocado um aumento de casos e óbitos de COVID-19 nos Estados Unidos. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos divulgaram dados este mês que mostram que BA.2.12.1 é 30% mais infeccioso do que BA.2. Essa sublinhagem foi confirmada circulando no estado pela primeira vez na semana epidemiológica (SE) 18 em São José. Além desse, já foram confirmados mais dois casos em Joinville nas SE 19 e 20.

A sublinhagem da Ômicron BA.5 foi detectada inicialmente na África do Sul em fevereiro de 2022 e, desde então, tornou-se uma variante dominante no país. Ela está em ascensão na Europa, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. As mutações da BA.5 fazem com que ela tenha uma vantagem de disseminação maior que BA.1 e BA.2, o que pode ser causado principalmente por evasão imunológica. Até o momento foram confirmados dois casos da BA.5 em Santa Catarina, sendo o primeiro caso em Balneário Camboriú e o segundo em Florianópolis, ambos na SE 20. Já existe o indicativo de que essa sublinhagem substituirá a BA.2 como a mais prevalente no Estado, nas próximas semanas, o que poderá provocar aumento na taxa de positividade de testes para Covi-19, que já é de 25%.

A XQ, é uma linhagem recombinante, que mistura genoma de duas linhagens da variante Ômicron BA.1.1 e BA.2. A maior parte dos casos da variante XQ foram detectadas no Reino Unido, sendo responsável em sua maioria por casos leves quando infecta pessoas vacinadas. No Brasil, o Rio Grande do Sul é o estado com maior transmissão comunitária dessa variante. Em Santa Catarina, já foram detectados cinco casos da variante XQ, sendo 2 em Florianópolis, 2 em Tubarão e 1 em Joaçaba, a partir da primeira semana de maio.

Reinfecções

Foram confirmadas 49 reinfecções de SARS-CoV-2 entre residentes de Santa Catarina. As amostras com suspeita de reinfecções de indivíduos com dois resultados positivos de RT-PCR para o vírus SARS-CoV-2, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção, independente da condição clínica observada nos dois episódios, são encaminhados do LACEN/SC para o laboratório de referência Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo – FIOCRUZ/RJ. Dessas 49 reinfecções confirmadas, 39 reinfecções foram pela VOC Ômicron, 5 pela VOC Delta, 4 pela VOC Gama e 1 por B.1.1.28. Segundo o Boletim Epidemiológico Especial Nº 116 do Ministério da Saúde, Santa Catarina é o estado com mais reinfecções registradas e notificadas.

Importância da vigilância genômica para Santa Catarina

O monitoramento das características evolutivas do SARS-CoV-2 fornece uma base científica para a futura vigilância e prevenção de variantes do vírus respiratórios. Para controlar o SARS-CoV-2 e pensar no efetivo retorno da normalidade, é necessário continuar a monitorar mutações específicas, que são de grande importância para um controle mais dinâmico do SARS-CoV-2 e da avaliação da eficácia das vacinas existentes.

Atualmente, a vacinação com doses de reforço, juntamente com o uso de máscara e o distanciamento social, continuam sendo os meios mais eficazes para mitigar o impacto na saúde provocado pelo elevado número de casos de Covid-19 causados pela variante Ômicron.

O aumento no número de casos de covid-19, acende um alerta aos mais vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e não vacinados. As próximas semanas são cruciais para ampliar a cobertura vacinal contra a covid-19 e contra a gripe.

Para mais detalhes da Vigilância Genômica em Santa Catarina acesse o site do LACEN/SC para ter acesso ao painel contendo dados atualizados com gráficos, mapas e conteúdo interativos sobre vigilância genômica em SC.

 

 

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