Guerra eleva custo da matéria-prima para 70,7% das indústrias de SC
Sondagem especial foi realizada pelo Observatório FIESC e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Conforme Sondagem Especial, realizada pelo Observatório FIESC e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 70,7% das empresas industriais e da construção de Santa Catarina afirmaram que o aumento dos custos com insumos e matérias-primas nacionais superou as expectativas em função do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Com relação aos insumos importados, os aumentos acima do esperado foram sentidos por 52,1% das empresas.
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Os impactos do conflito, iniciado em meados de fevereiro, já são sentidos na indústria catarinense. Uma das principais fornecedoras mundiais de várias commodities industriais, a Rússia tem sofrido sanções econômicas que acabam contribuindo para o encarecimento das importações. Esse quadro afeta diretamente a produção industrial catarinense, que é dependente de insumos industriais do restante do país e do exterior.
Aumento de custos no país Ucrânia Rússia
Em virtude desse cenário, as empresas catarinenses estão revendo as estratégias de aquisição de matérias-primas. À sondagem, 38,6% declararam que estão buscando outros fornecedores no país e 30,0% afirmaram que procuram outros fornecedores no exterior.
Com relação às perspectivas de normalização da oferta de insumos e matérias-primas, as expectativas das indústrias catarinenses são mais negativas com relação aos fornecedores de insumos importados. Para 24,3% dos industriais catarinenses, apenas em 2023 a oferta será normalizada, e para outros 21,4%, isso ocorrerá no terceiro trimestre deste ano.
Para 38,4% das empresas catarinenses o conflito entre Rússia e Ucrânia resultou em impactos negativos. Entre elas, os principais motivos foram: aumento dos preços dos insumos e/ou matérias-primas (65,8%), aumento do custo de energia (diesel, óleo combustível, gás, carvão) (50,0%) e dificuldade logística no transporte (indisponibilidade de navios/contêineres ou aumento do preço dos fretes) (39,5%).
Conforme análise do Observatório FIESC, outros efeitos estão sendo percebidos pelos estados brasileiros mais industrializados, como as quedas na produção industrial, em virtude da constante pressão nos custos dos insumos e matérias primas. Além do conflito no Leste Europeu, a desaceleração da economia chinesa e o aperto monetário de caráter mundial vem contribuindo para isso.