Árvores enfeitadas em crochê dão um colorido especial em praça de Estação Cocal
Decoração foi feita por artesãs da cidade que reaproveitam sobras de tecidos de facções locais e doações de lã
Quem passa pela Praça do Ferroviário, em Estação Cocal, se depara e se encanta com a beleza das árvores enfeitadas com crochê. A decoração foi feita por artesãs da cidade que reaproveitam sobras de tecidos de facções locais e doações de lã. Todas fazem parte do Grupo Crocheteiras da Estação, profissionais ou não, moram ou possuem algum vínculo afetivo com o Distrito.
Os trabalhos neste ano iniciaram três meses antes do Natal. “A cada ano é criado algo novo para a decoração, neste ano foram produzidos nove sinos com armações de ferro, colocados nos postes com led, como também, abacaxis em crochês. Trabalhamos sempre com quadros de crochês emendados em tiras, depois costuramos os quadros nas árvores. Existem quadros destes que estão sendo utilizados pelo sexto ano consecutivo”, conta uma das integrantes do projeto, Silvana Maria Harger. “Contamos com a colaboração de um morador, que ajuda os profissionais da Cermoful na colocação da iluminação na praça. Este ano ele colocou lâmpadas nos sinos”, completa.
Praça antes abandonada, agora é bem cuidada
Silvana revela que a ideia teve início há seis anos, quando a comunidade se mobilizou junto as autoridades policiais, na tentativa de pôr um fim em roubos e assaltos que vinham ocorrendo naquela região. Na oportunidade formou-se o Movimento pela Paz em Estação Cocal, implementando também, o programa da PM “Vizinho Solidário”, hoje Rede de Vizinhos.
Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.
Ela ainda conta que durante a implementação do programa, receberam treinamento, palestras e instruções de segurança. “Uma das orientações foi a de mantendo as praças bem cuidadas, inibiria a ação de vândalos. Foi então que fizemos um mutirão na Praça do Ferroviário, antes abandonada. Depois disso, a praça tem sido mantida limpa pelo poder público e organizada pela comunidade”, destaca.
Cada um contribui como pode
As mulheres participam de acordo com sua disponibilidade e contribuem com o que sabem fazer. Algumas com crochê, outras lavando os paninhos de um ano para outro, outras colocando os crochês nas árvores, é assim por diante. Marlei Virtuoso faz parte do grupo há três anos. “Ano passado fiz muitas mandalas, sendo que neste ano, também dei minha contribuição. Sempre que precisam eu vou. Somos crocheteiras muito unidas e abençoadas por Deus”, diz ela.
Por este grupo, segundo Silvana, já passaram mais de 100 mulheres. “Neste ano, tivemos a contribuição de uma crocheteira de mais 90 anos. Muitas das mulheres que dele participam, cuidam de netos, filhos ou pais idosos, por isso às vezes estão disponíveis, e às vezes não”, destaca.
“Ano passado, confeccionamos mandalas de crochê e colocamos nas árvores, infelizmente, furtaram inúmeras. Este ano, já é a segunda noite que temos os crochês arrancados das árvores. Já comunicamos no Grupo da Rede de Vizinhos, já fizemos uma comunicação ao 190 e por iniciativa de outras pessoas da comunidade, outras autoridades já foram comunicadas. Estamos bem abaladas, pois nosso grupo está diretamente ligado à vontade de que a comunidade se mantenha segura”, finaliza.