Unesc inicia congresso com temáticas das áreas de Humanidades, Ciências e Educação
Congresso Ibero-Americano reunirá mais de duas mil pessoas de forma virtual até sexta-feira, dia 27
A comunidade de estudantes e pesquisadores ibero-americanos nas áreas de Humanidades, Ciências e Educação esteve reunida, na noite dessa segunda-feira, dia 23, para a abertura da quarta edição do Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação da Unesc. O evento segue até sexta-feira, dia 27, com conferências, mesas redondas, grupos temáticos e lançamentos de obras.
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A abertura oficial do Congresso contou com a palestra da professora doutora Dora Barrancos, da Universidade de Buenos Aires, sobre a temática “A América Latina na encruzilhada. Aposte na justiça social com justiça de gênero”. A atividade, assim como as principais da programação, foi transmitida ao vivo pelo canal da Unesc TV no Youtube. A mediação com a convidada ficou por conta do coordenador da área de Humanidades, Ciências e Educação da Universidade, Ismael Gonçalves Alves.
A coordenação do Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação é de responsabilidade da Diretoria de Ensino de Graduação da Universidade, com apoio dos Programas de Pós-Graduação em Educação, Desenvolvimento Socioeconômico e Ciências Ambientais.
Superação para o compartilhamento de conhecimento
A edição de 2021 do Congresso promovido na Unesc acontece nesta semana de forma virtual após ter sido adiada em 2020 em decorrência da pandemia de Covid-19. Para transformar o evento presencial em 100% virtual, a Comissão Organizadora, presidida pela professora Giani Rabelo, precisou encarar desafios ainda maiores do que os já enfrentados nas edições anteriores.
O resultado, com centenas de trabalhos submetidos e instituições internacionais inscritas, conforme Giani, é fruto de muita dedicação e obra de imenso trabalho coletivo. “Se estamos aqui é porque acreditamos na ciência. Desejamos que esse grande encontro acadêmico seja capaz de produzir novos conhecimentos científicos, novos sentidos e novas realidades. Que seja capaz de fortalecer atitudes e ações democráticas para tornar o mundo mais agradável e acolhedor”, destacou em sua fala de abertura.
As superações necessárias ao grupo, assim como a toda a área da ciência e da educação, de acordo com o diretor de Ensino de Graduação, Marcelo Feldhaus, deram sequência ao já desafiador evento de 2018, realizado em plena semana de instalação da greve dos caminhoneiros que impôs soluções imediatas. “ Nesta edição resistimos em meio a uma pandemia planetária. Muito aprendemos nesse tempo, assim como muitas perdas nos assolaram. Nosso respeito e sentimento a cada congressista que de algum modo perdeu algum ente querido nesses tempos difíceis. Muita força, coragem, resiliência e ciência para completar essa travessia”, pontuou Feldhaus.
O Congresso Ibero-Americano, para o diretor, se constrói a cada edição como espaço de interlocução entre as licenciaturas, os programas de pós-graduação das universidades, a sociedade e se torna cada vez mais referência. “Nesses caminhos trilhados até aqui muito se contribuiu para fortalecer as redes de pesquisadores, estabelecendo espaços de interação entre grupos de pesquisas interinstitucionais, propiciando relação entre teorias e práticas nos diversos espaços da sociedade contemporânea”, avaliou.
Além das mudanças de logística e organização como um todo, de acordo com a pró-reitora Acadêmica, Indianara Reynaud Toreti, a pandemia trouxe à tona um desafio ainda mais significativo ao evidenciar as desigualdades sociais, econômicas e culturais já existentes, mas agora muito mais evidentes. “Neste sentido, a educação, apesar das diferenças em cada país ibero-americano, apresenta desafios convergentes que merecem análises e ações compartilhadas. Que possamos, nestes dias de Congresso, configurar e reconfigurar nossos pensamentos e práticas em prol de uma educação mais equânime, inclusiva e que promova a justiça social, ações que fazem parte da nossa essência enquanto Universidade Comunitária”, acrescentou.
Participação Comunitária
A cerimônia de abertura desta segunda-feira contou ainda com a presença da diretora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unesc, Patrícia de Aguiar Amaral; da representante dos acadêmicos, Natana Daminelli; e do representante dos mestrandos e doutorandos da Universidade, Douglas Vaz Franco Santana, compondo o palco de honra da transmissão realizada direto do Auditório Ruy Hülse.
Na noite de abertura quem também recebeu destaque foi a artista do evento, professora Odete Angelina Calderan. A homenageada atualmente desenvolve pesquisas que permeiam relações com a paisagem envolvendo caminhadas, coletas e colecionismo; que transitam pelo viés poético de narrativas e experiências em cerâmicas, fotografias, publicações e instalações. Odete foi presenteada pela Comissão Organizadora com a entrega de flores acompanhadas de uma placa comemorativa.
Primeira Mesa Redonda
Ao longo da tarde, das 14 horas às 17 horas, os professores doutores Rosa Nunes, da Universidade do Porto, Portugal; Fabián Cabaluz Ducasse, da Universidad Academia de Humanismo Cristiano, do Chile, e Antonio Fernando Gouvêa da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), deram o pontapé inicial ao evento com a Mesa Redonda Pré-abertura e levantaram diferentes olhares sobre o centenário de nascimento de Paulo Freire e o impacto de suas lições na educação.
A responsável por mediar a conversa, professora Janine Moreira, do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Unesc, foi assistida ainda pelo monitor Douglas Vaz Franco Santana, estudante do PPGE.
Conforme Janine, uma leitura que fez há aproximadamente cinco anos lhe deixou uma lição que condiz com a fala dos professores no debate de primeiro dia de Congresso. “Dizia que, talvez, nesses tempos, uma forma de resistir seja parar um pouco para se pensar e sentir para onde e como vamos. Resgato essa questão do tempo com a qual a professora Rosa iniciou sua fala. Tivemos um conteúdo intenso trazido em cada uma das participações e acredito que tenhamos começado o Congresso de forma muito engrandecedora e com vontade de seguir aprendendo”, apontou, acrescentando ainda o desejo de que a Unesc possa receber os pesquisadores presencialmente em uma próxima oportunidade.
Diferentes temáticas adiante
As mesas redondas realizadas ao longo de toda a semana serão transmitidas ao vivo pelo canal da Unesc TV no Youtube. Já na manhã de terça-feira, dia 24, das 9 horas às 12 horas, o debate se voltará aos “Desafios do Ensino Superior e suas Intersecções com os Movimentos Sociais”. A Mesa Redonda contará com a presença da professora doutora Megg Rayara Gomes de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), primeira travesti negra doutora do Brasil. O debate terá ainda a participação das professoras doutoras Valeska Nahas Guimarães e Joana Maria Pedro, ambas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Ainda na terça-feira, desta vez das 19 horas às 22 horas, a Mesa Redonda debaterá as “Migrações e Diásporas na Contemporaneidade” entre as professoras doutoras Gláucia de Oliveira Assis, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Maria Catarina Chitolina Zanini, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e o professor doutor Pablo Sebastian Gomez, da Universidad Nacional de Córdoba (UNC).
Na quarta-feira, dia 25, a manhã será de debates sobre “Internacionalização Solidária ou Internacionalização Subordinada” das 9 horas às 12 horas. A conversa, também transmitida pelo Youtube, terá a presença virtual do professor doutor Danilo Romeu Streck, da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), e das professoras doutoras Daniela Vanesa Perrotta, da Universidad de Buenos Aires (UBA) e Marilia Costa Morosini, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC- RS).
Finalizando as Mesas o tema do encontro virtual da noite de quarta-feira, dia 25, terá como tema a “Questão Ambiental e Formação humana”, das 19 horas às 22 horas. Neste debate os participantes poderão interagir e compartilhar conhecimento a partir da participação dos professores doutores Mario Mejía Huamán, da Universidad Ricardo Palma (URP), Marcelo Tadeu Motokane, Universidade de São Paulo (USP) e Aloisio Ruscheinsky, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Mais informações: http://www.unesc.net/portal/iv-congresso-ibero-americano-novo