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População busca na terapia uma saída para a angústia do confinamento social; saiba como participar

O confinamento social provocado pela quarentena do coronavírus tem deixado as pessoas com os nervos a flor da pele. E muitas estão preocupadas com a saúde mental e com medo que essa situação gere uma depressão. Esse é o caso de Lara*, 42 anos e moradora de Criciúma. Ela, que é o carro chefe da família e mãe de dois filhos, procurou ajuda psicológica no “Esucri Acolhe” para suportar os dias de confinamento. O medo do futuro da família, a renda para mantê-los, entre outros, são algumas das aflições que tomam a mente de Lara nesses últimos dias.

“O atendimento foi muito acolhedor. Foi totalmente seguro através de chamada de video. Logo de início a profissional se pois disposta a ouvir todas as minhas angústias”, relata Lara sobre a primeira terapia. Ela vai ter de quatro a seis consultas (uma vez por semana), pré-agendadas.

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Outro fator que estimulou a criciumense a procurar ajuda foi o número excessivo de informações diárias que estava acompanhando sobre a questão do vírus. “Por eu ser muito ativa em redes sociais e também muito pró ativa e com o excesso de informações vem aumentando em muito a dificuldade de interpretar o certo e o errado. E isso vem dando uma bugada no cérebro”, desabafa.

*Nome fictício a pedido da paciente.

Atendimento voluntário e on-line

O projeto Esucri Acolhe, que começou no dia 15 de março, conta com mais de 18 profissionais que atendem em média três consultas por dia de maneira virtual. O programa faz parte do Serviço de Atendimentos Psicológicos (SPAE) que tem como objetivo de acolher emocionalmente a população que se encontra em sofrimento diante aos impactos do COVID-19 e do isolamento social.

De acordo com a coordenadora do curso, a psicóloga Clínica Positiva Sandra de Barros, o grupo conta com voluntários da região de Criciúma e Araranguá. Ela revela que os principais sintomas das pessoas que procuram o serviço são: angústia, tristeza, sufoco e insônia. “Aparece muito a insatisfação e o desespero frente ao futuro e com isso o medo de entrar em depressão”, explica Sandra.

A faixa etária que procura o atendimento varia dos 20 aos 65 anos e a grande maioria são de mulheres. “A falta de esperança também é um dos principais sintomas observados nas pessoas que procuram o serviço”, completa a psicóloga. Informações podem ser obtidas pelo telefone 48 984880391.

Teste: será que estou deprimido?

Responda às questões abaixo com uma destas opções:

1. Nunca;

2. Dois ou três dias;

3. Mais de metade dos dias;

4. Praticamente todos os dias.

Nas últimas duas semanas, com que frequência se sentiu mal por alguns destes problemas?

1. Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas.

2. Sentir-se em baixo, depressivo ou sem esperança.

3. Dificuldades para adormecer, insónias ou dormir demais.

4. Muito cansaço ou falta de energia.

5. Apetite reduzido ou exagerado.

6. Sentir-se mal – considera-se um falhado ou acha que desapontou os seus familiares e amigos.

7. Problemas de concentração para realizar tarefas, ler notícias ou ver televisão.

8. Movimentar-se ou falar muito devagar, a ponto de outras pessoas notarem.

9. Pensar que seria melhor morrer, ou ter vontade de se magoar.

10. Se passou por problemas ou dificuldades consideradas comuns e do dia-a-dia e vistos como inconvenientes para alguns (como por exemplo uma avaria do carro ou uma crítica menos positiva no trabalho) e foi extremamente difícil si superá-los.

Resultado

Se respondeu ‘mais da metade dos dias’ ou ‘praticamente todos os dias’ para mais de quatro tópicos (ou concorda com o item 9), deverá consultar de imediato um psicólogo ou psiquiatra.

Atenção: o teste é apenas um indicativo e não substitui, de maneira alguma, o diagnóstico feito por um médico.

Vários tipos de depressão

Depressão major

A mais abrangente de todas. Os sintomas são tristeza excessiva, perda de interesse e prazer, baixa autoestima, distúrbios de sono.

Depressão sazonal

Surge especificamente em algumas épocas do ano, como no outono e no inverno, quando a temperatura arrefece e os dias ficam mais curtos e sombrios.

Depressão distímica

É um quadro de melancolia leve, que nunca melhora. O estado crônico torna o indivíduo extremamente rabugento e pessimista.

Depressão psicótica

O indivíduo costuma manifestar alucinações e delírios. Muitos veem coisas inexistentes e ouvem vozes dentro da própria cabeça.

Depressão atípica

As principais características são aumento do apetite, ganho de peso, sonolência exagerada e sensação de cansaço nos braços e nas pernas.

Depressão mista

Ocorre uma mistura dos sinais depressivos com uma ansiedade intensa. O sujeito fica eufórico e não consegue parar por um minuto.

Depressão melancólica

Pensamentos negativos, ideia constante de morrer, inatividade e tédio exacerbados.

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