Desde que a Penitenciária Feminina de Criciúma foi inaugurada, em 31 de janeiro deste ano, a Pastoral Carcerária da Diocese de Criciúma tem feito o acompanhamento espiritual das reeducandas, que hoje possui um total de 270 na unidade prisional.
Todas as quintas-feiras, pela manhã, as visitas das agentes da pastoral acontecem, além da missa, celebrada uma vez por mês. Ontem a visita foi diferente, além de padre Orlando Cechinel, contou com a presença do bispo diocesano, Dom Jacinto Inacio Flach, que fez uma surpresa, especialmente para as mães.
Com seu carinho e simpatia, Dom Jacinto chegou cumprimentando todos que encontrava e foi levado até o berçário, onde abençoou os bebês que permanecem com as mães na unidade – hoje dois, além de três mulheres que estão grávidas.
“Para nós isso é ótimo. Acalma e nos ajuda a atingir o nosso objetivo, que é a ressocialização. Ajuda as reeducandas a se reecontrarem e, por causa disso, ajuda, também, as famílias. Precisamos garantir a saúde física e mental das mulheres que aqui estão e, para isso, elas precisam ter acesso a trabalho, educação, saúde e assistência religiosa, para que possam voltar a acreditar em si mesmas”, comenta a diretora geral da penitenciária, Vanessa Collares de Bitencourt.
A vivência da fé, segundo Vanessa, é mais uma aliada ao conjunto de atividades oferecidas pela unidade: a partir do próximo mês, devem ter início as oficinas de costura e panificação, que gerarão 120 empregos entre as internas.
Levar a bênção de Deus
O encontro contou com a celebração da missa, presidida pelo bispo. “Queremos trazer a bênção de Deus para perto de vocês, encher os seus corações de paz. Deus quer que as grávidas possam ter a alegria de ver seus filhos nascerem”, disse dom Jacinto, olhando para o grupo de cerca de 20 reeducandas.
O bispo convidou as mães a rezarem por seus filhos e os abençoarem sempre, impondo-lhes as próprias mãos. “Cuidem sempre da fé de vocês. Rezem, pensem em Deus, peçam ajuda e força para estarem com suas famílias um dia, com aqueles que lhes são queridos”, disse.
A reclusa Maria (nome fictício), 27 anos, disse que a visita significou muito para ela. “Porque minha família não vem me visitar, e aqui nós somos como uma família: temos que nos dar bem. Gosto de ouvir sobre as coisas de Deus e leio sempre a Bíblia. Eu frequentava a igreja antes de estar aqui”, destacou.
Mães ganham ensaio fotográfico
Durante o dia, algumas agentes da Pastoral Carcerária, com o trabalho voluntário da leiga engajada na Pastoral da Comunicação e fotógrafa Adriana Silva, presentearam as gestantes e mamães com seus bebês com um ensaio fotográfico.