A constante busca pela comparação é um fenômeno profundamente enraizado na sociedade moderna. Desde cedo, somos incentivados a nos medir em relação aos outros, seja em termos de sucesso profissional, beleza física ou realizações pessoais. No entanto, essa busca incessante pela comparação muitas vezes nos leva a perder nossa autenticidade e nos tornar meros replicadores de comportamentos vivendo o “efeito manada”. Mas o que exatamente nos leva a nos comparar? Essa é uma questão complexa que envolve aspectos psicológicos, sociais e culturais.
A palavra “comparar” apresenta no dicionário o seguinte conceito: “examinar alguma coisa, juntamente com outra, buscando estabelecer semelhanças, diferenças, conexões ou relações entre elas” e é exatamente aqui que pode morar o perigo, e quando eu não encontro semelhanças? E quando as minhas características não apresentam convergência com o outro? As pesquisas científicas correlacionam a comparação social com autoavaliação reduzida, aumento de inveja e redução de humor. A própria palavra já consta o ato de frear, com(PARAR), ou seja, quando não encontro algo que o outro tem e que eu idealizo, possivelmente posso fazer uma pausa na jornada individual. É como se, ao olharmos para o outro, fizéssemos uma pausa em nosso próprio caminho para verificar se estamos indo na “direção certa”, se estamos melhores ou piores do que aqueles ao nosso redor.
Estudos psicológicos sugerem que a comparação social surge da necessidade básica de autoavaliação e de pertencimento. Ao analisar a temática sob outra ótica, a comparação também pode ser motivada pelo desejo de melhorar e progredir, ao observarmos os sucessos e falhas dos outros como referências para nosso próprio crescimento. No entanto, o excesso pode ter efeitos negativos significativos em nossa saúde mental e bem-estar. Como ajustar essa condição? (se é que é possível)
É importante conscientizar-se da própria narrativa, que cada indivíduo é único, com suas próprias experiências, conhecimentos, habilidades e circunstâncias de vida. Comparar-se constantemente aos outros é como correr em uma estrada sem fim, nunca alcançando verdadeira satisfação. Além de usar como referência em muitas vezes dos casos, uma realidade maquiada, o outro conta a história que lhe é conveniente e não necessariamente a real. Em suma, a comparação é uma ferramenta ambígua: pode nos motivar a melhorar, mas também pode nos desgastar e acabar com nossa autoestima. É essencial encontrar um ponto de clareza entre a busca por excelência pessoal e a aceitação de nossas próprias imperfeições. Ao invés de nos compararmos constantemente aos outros, devemos nos esforçar para sermos a melhor versão de nós mesmos, aproveitando cada passo de nossa jornada única e pessoal. Pare de se com-parar!