NotĂ­cias de CriciĂșma e RegiĂŁo

VocĂȘ conhece seus direitos na hora de trocar um produto?

CĂłdigo de Defesa do Consumidor estabelece regras para troca

Receber um presente nem sempre é sinÎnimo de satisfação garantida. A pessoa que adquirir um produto e ele não servir ou apresentar algum defeito tem o direito de troca. Quem determina as situaçÔes em que a substituição é possível é o Código de Defesa do Consumidor. Existem situaçÔes em que a troca é obrigatória e, em outras, que depende da loja onde o produto foi comprado.

No caso, por exemplo, de uma blusa, calça ou tĂȘnis que vocĂȘ ganhou, mas nĂŁo gostou da cor, do tamanho ou simplesmente nĂŁo serviu, o CĂłdigo de Defesa do Consumidor diz que o lojista nĂŁo Ă© obrigado a efetuar a troca. Ela sĂł serĂĄ obrigatĂłria nos casos em que o produto apresentar defeito.

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Nesses casos, fica garantido ao consumidor trocar uma roupa com problemas de confecção ou um brinquedo que saiu quebrado da loja. Entretanto, se o produto jå tiver sido adquirido com defeito e o consumidor foi avisado disso no momento da compra, ele não terå direito à troca.

Se o defeito for aparente, a legislação determina o prazo de 30 dias para que o consumidor possa pedir a substituição, caso o produto seja um bem não duråvel, como alimentos e produtos de beleza. Se for um bem duråvel, como um eletrodoméstico, um eletroeletrÎnico, o prazo é de 90 dias.

A solicitação de troca pode ser feita  diretamente Ă  loja, ao fabricante ou Ă  assistĂȘncia tĂ©cnica. O cĂłdigo diz ainda que se nĂŁo for possĂ­vel o conserto do produto no prazo de atĂ© 30 dias, o consumidor poderĂĄ optar pela troca, a devolução do dinheiro ou o abatimento proporcional do preço.

É importante observar que, de acordo com o código, esse prazo não será aplicado nos casos em que o defeito seja em produto essencial – como alimentos, medicamentos, equipamentos de auxílio à locomoção, comunicação, audição ou à visão, devendo a devolução da quantia paga ou a troca do produto ser feita de imediato.

O mesmo procedimento serå aplicado nas situaçÔes em que, em virtude da extensão do defeito, a substituição das partes danificadas comprometa características fundamentais do produto ou venha a diminuir seu valor.

Os produtos com o chamado vĂ­cio oculto, aqueles em que nĂŁo se consegue constatar o defeito de imediato e que surge repentinamente com a sua utilização, tĂȘm prazos de 30 dias, no caso de nĂŁo durĂĄveis, e de 90 dias, para durĂĄveis, a partir da data em que o defeito Ă© detectado pelo consumidor.

Consumidor nem sempre conhece os direitos – Foto: Fernanda FrazĂŁo/AgĂȘncia Brasil

Produtos essenciais

Aparelhos de TV, geladeiras, måquinas de lavar e fogão se enquadram na classificação de produtos essenciais e, no caso de defeito de fabricação, eles podem ser trocados imediatamente. Nesses casos, o consumidor não precisa esperar o prazo de 30 dias para reparo e, assim que constatar o defeito, o fornecedor deve trocar o produto ou devolver imediatamente a quantia paga.

Jå a troca por outros motivos depende de cada estabelecimento. Por isso, vale conversar com a pessoa que comprou o presente para saber se o vendedor se comprometeu a fazer a troca, mesmo com o produto em condiçÔes. O Código de Defesa do Consumidor diz que se o estabelecimento tiver uma política de troca, ele tem a obrigação de fazer a substituição.

Em ambas as situaçÔes, a troca deve respeitar o valor pago pelo produto, mesmo que haja liquidaçÔes ou aumento de preço. Em caso de troca pelo mesmo produto, a loja não pode exigir complemento de valor. O consumidor também não pode pedir abatimento do preço caso haja mudança entre o que foi pago e o valor no dia da troca.

O Procon do Distrito Federal lembra que o consumidor deve ficar atento a essas regras. “Cada loja pode ter uma polĂ­tica de troca diferente, e o consumidor deve estar atento a essas regras: prazo, cupom fiscal, etiqueta, entre outras. Sempre que possĂ­vel, o consumidor deve solicitar essas regras de troca por escrito para, em caso de problema, registrar a reclamação no Procon”.

Os órgãos de defesa do consumidor recomendam ainda que a nota fiscal seja guardada para eventual troca. Para roupas e sapatos, por exemplo, a etiqueta deve ser mantida na peça e só retirada quando houver a certeza de que o produto não precisarå ser trocado.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lembra uma situação especĂ­fica, chamada de acidente de consumo: aquela em que o defeito no produto ou serviço pode representar riscos Ă  saĂșde do consumidor ou Ă  sua segurança.

Nesses casos, o cĂłdigo diz que a responsabilidade Ă© do fabricante e que todos os danos materiais e morais causados ao consumidor devem ser ressarcidos pelo fornecedor do produto.

“Vale lembrar que o prazo para o consumidor reclamar a indenização por um acidente de consumo Ă© de cinco anos, mas a responsabilidade de um produtor ou comerciante em um acidente de consumo sĂł pode ser exigida se comprovado que o dano sofrido pelo consumidor estĂĄ ligado diretamente ao produto ou serviço fornecido”, acrescenta o Idec.

Tribunal da internet: pontos de vistas diferentes terminam em xingamento e danos morais
TambĂ©m existem normas para compras online – Foto: Divulgação

Compras na internet

Caso a compra tenha ocorrido fora do estabelecimento, a exemplo das realizadas na internet, a legislação garante ao consumidor o direito de arrependimento no prazo de até sete dias, a contar da data do recebimento. O prazo também vale para contratos feitos dessa forma.

AlĂ©m disso, hĂĄ a possibilidade de o produto chegar danificado ou nĂŁo corresponder ao pedido feito. A devolução, nesses casos, pode ser feita e o dinheiro pago, serĂĄ restituĂ­do – inclusive o frete.

Por isso é importante guardar uma cópia dos contatos de e-mail e protocolos de ligaçÔes telefÎnicas, possibilitando a resolução de demandas. O lojista deverå arcar com todos os custos de devolução do produto.

Se o consumidor não conseguir resolver o problema, a recomendação é que ele procure o Procon do seu estado. Também é possível registrar a reclamação por meio da plataforma de reclamaçÔes do governo federal, o www.consumidor.gov.br.

A iniciativa, lançada em 2014, permite a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução alternativa de conflitos de consumo pela internet. Na plataforma, o consumidor manda a reclamação diretamente às empresas participantes, que se comprometem a receber, analisar e responder as reclamaçÔes em até dez dias.

Em seguida, o consumidor tem até 20 dias para comentar e avaliar a resposta da empresa, informando se sua reclamação foi Resolvida ou Não Resolvida, e ainda indicar o nível de satisfação com o atendimento recebido.

Com informaçÔes: AgĂȘncia Brasil

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