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Vereadora e cúmplices são denunciados após morte de idoso

Parlamentar e um dos denunciados, que já estavam em prisão temporária, tiveram a prisão preventiva decretada

Uma vereadora da cidade de Tigrinhos, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, foi denunciada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por homicídio e tentativa de denunciação caluniosa. Outros três homens foram denunciados como cúmplices da suspeita.

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A vereadora e um dos denunciados, que já estavam em prisão temporária, tiveram a prisão preventiva decretada a pedido da 2ª Promotoria de Justiça de Maravilha no último sábado, 2. A 2ª PJ também requereu o envio de cópia da ação penal pública à Câmara de Vereadores de Tigrinhos para embasar a instauração de um processo de cassação do mandato da parlamentar.

Entenda o caso

Os crimes ocorreram nos dias 3 e 4 de fevereiro deste ano. No dia 3, a vereadora e um dos denunciados teriam se dirigido à Delegacia de Polícia de Tigrinhos e registrado ocorrência em que afirmavam que a vítima, um idoso, morador da casa que a vereadora afirmava ainda ser dela, se recusava a desocupar o imóvel e havia a ameaçado com um facão quando ela fora até o local para lhe pedir que ele abandonasse o local. Mas conforme comprovaram as investigações, essa ameaça nunca foi feita.

Ainda conforme informações, o terreno e a casa já não pertenciam a ela há cerca de seis meses, quando foram entregues a uma cooperativa de crédito como pagamento de uma dívida dela com a instituição financeira. Apesar disso, a denunciada continuaria exigindo que o ocupante do imóvel, que fora seu inquilino, continuasse pagando aluguel a ela ou desocupasse a casa por falta de pagamento. Ocorre que o imóvel já não pertencia mais à denunciada, e o morador tencionava adquiri-lo diretamente da cooperativa de crédito.

Conforme consta na ação penal pública, as apurações concluíram que a falsa comunicação da ameaça teria “o objetivo de conseguir impunidade em relação ao crime de homicídio que viria a ser praticado no dia seguinte”. E a denunciação caluniosa só não se consumou porque acabou sendo revelada durante as investigações da morte do morador.

No dia 4, a vereadora e o cúmplice que a acompanhara na delegacia teriam se unido a outros dois acusados e se dirigido, em dois carros, até a antiga propriedade da parlamentar. Esses últimos teriam ajudado no transporte da vereadora e de seu comparsa, além de terem ocupado posições estratégicas na propriedade com o objetivo de impedir a fuga da vítima. O idoso que morava no local e se recusava a abandonar a sua moradia foi morto com cinco tiros, que teriam sido disparados pelo cúmplice da vereadora, que teria ido ao local com um revólver escondido sob suas roupas.

Condenação

A vereadora e o seu primeiro comparsa foram denunciados por homicídio duplamente qualificado – pelo motivo torpe e por ter sido cometido sem dar chances de defesa à vítima – e por tentativa de denunciação caluniosa. Os outros dois foram denunciados por homicídio qualificado pela dificuldade de defesa à vítima, e a eles foram impostas medidas cautelares pessoais para garantia da ordem pública.

Para o Promotor de Justiça Marcos Schlickmann Alberton, a captura dos dois envolvidos em outro município, logo após o fato, pela Polícia Militar, assim como a investigação da Divisão de Investigação Criminal de Maravilha, da Polícia Civil, com diversas medidas investigativas não convencionais, foram fundamentais para desvendar os crimes e para responsabilizar todos os indivíduos envolvidos na execução do homicídio.

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