Unesc promove evento com foco na pesquisa científica e recebe autoridades nacionais

A semana foi de imersão no debate na Unesc em torno das diretrizes e das experiências relacionadas aos programas de pós-graduação stricto sensu, ou seja, programas de mestrado e doutorado, do ponto de vista nacional. Trocas de ideias e conhecimentos entre professores pesquisadores, gestão universitária, estudantes e lideranças nacionais, referência no assunto, tiveram como foco a qualificação e o desenvolvimento alinhado às necessidades regionais e nacionais nesta área.

Para integrar o debate, estiveram na Unesc, diretamente de Brasília, representantes da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCT), entre outros relevantes setores ligados à educação e, mais especificamente, à pós-graduação.

Para a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, receber os colegas que estão também diariamente debruçados sobre ideias e projetos para o aprimoramento da pós-graduação no Brasil é uma honra e representa a qualificação do debate.

“Os colegas têm uma escuta muito sensível às demandas e isso se traduz em projetos, oportunidades, novas trilhas para o fortalecimento da pós-graduação no Brasil. Tenho muito orgulho em acompanhar a Capes mais de perto nesses últimos dois anos e ver o que ela tem feito, sobretudo com todas as oportunidades que tem resgatado e colocado em ato para que nós realmente possamos cuidar do pesquisador brasileiro”, salienta a reitora.

A iniciativa de reunir pesquisadores e estudantes do Extremo Sul em um evento desta magnitude, conforme a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, é algo possível graças à presença constante da Unesc nas discussões e a relevância da Instituição em nível nacional.

“Trata-se de um evento importante para o fortalecimento da pós-graduação da nossa Instituição. Estar com os profissionais da Capes neste momento é fundamental para que entendamos para onde o país vai com relação ao tema. A excelência acadêmica se faz com as pessoas que atuam no dia a dia e eu reverencio os pesquisadores que se dedicam e colocam a nossa Universidade em grandes vitrines nacionais e internacionais e mostram para sociedade a importância de uma Universidade Comunitária como agente de transformação da nossa região”, pontua.

“Nossa Unesc” deixou boas impressões

A abertura oficial do Seminário contou com a palestra do diretor da Capes, Antonio Gomes Souza Filho, abordando a temática “Perspectivas para a pós-graduação stricto sensu no Brasil”.

Ao ouvir por diversas vezes, desde a chegada em Criciúma, até no primeiro encontro com a gestão universitária e nas atividades subsequentes, a expressão “nossa Unesc”, Antônio percebeu que a junção das duas palavras não é por acaso.

Conforme ele, a possibilidade de conhecer mais de perto a Unesc e tudo o que ela representa para a região na qual está inserida e para todo o país, deixou claro que a Instituição é diferenciada. “Quando se fala “a nossa Universidade”, do ponto de vista da comunidade, é algo que tem muito significado. Percebo aqui algo realmente ímpar no país”, destacou Antônio.

Ao longo da apresentação ao público no Auditório Ruy Hülse, o diretor destacou alguns dos principais desafios elencados pela Capes para o desenvolvimento do setor de pós-graduação no Brasil.

Questões como a necessidaque joiade de aumento da formação de doutores no Brasil de forma mais rápida; a formação em áreas estratégicas; a garantia da qualidade; a redução de assimetrias; a garantia de fomento e a internacionalização estiveram entre as apresentadas, acompanhadas de dados do cenário nacional atual e gráficos comparativos dos últimos anos.

Relação entre Inovação e pós-graduação é tema de palestra

Finalizando o segundo dia de Sifop na Unesc, quem compartilhou conhecimentos foi professor Jorge Luis Nicolas Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc e membro do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCT) da Presidência da República, abordando temas sobre inovação e pós-graduação. As professoras da Unesc Sabrina Arcaro e Samira Valvassori mediaram a palestra.

“A inovação no contexto da pós-graduação deve ser caracterizada em um nível superior. O antigo normal já era exponencial, e o novo normal é ‘fígital’”, afirmou, destacando ainda a importância de a Universidade se adaptar às novas realidades, considerando isso fundamental.

“Estamos à beira de um novo paradigma na área da educação, impulsionado por inovações disruptivas e com forte impacto das novas tecnologias, ambientes de aprendizagem e pesquisa. O desafio a ser superado é a busca por uma nova educação para uma nova sociedade, adequada aos tempos atuais”, disse Audy.

“Ainda não parece muito claro o que vai acontecer no futuro, mas certamente não será o que está acontecendo hoje”, complementou. Audy ressaltou a evolução da missão da Universidade, que vai além do foco tradicional em formação e capacitação, em Ensino e Pesquisa, passando a incluir a atuação direta no processo de desenvolvimento econômico, cultural e social da sociedade.

Para ele, a inovação é a aplicação efetiva de novas ideias em um determinado contexto, gerando valor agregado. “Não necessariamente envolve tecnologia, mas sempre envolve criatividade. A inovação ocorre em todas as áreas. O inovador é aquele que faz, que transforma o mundo ou o processo, que torna o impossível possível. Inovação desacomoda e quebra regras”, disse. Ele mencionou ainda os três Cs da Inovação: conhecimento, criatividade e coragem.

Toda a programação do Seminário foi transmitida ao vivo no canal da Unesc TV no Youtube e pode ser acessada pela comunidade a qualquer momento.