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Unesc: pesquisa de acadêmico poderá colaborar no combate à insegurança nutricional em Criciúma

Projeto do estudante de Nutrição Filipe Fernandes Gabriel avalia diferentes elementos que demonstram índice

Cinco páginas de perguntas respondidas por 240 criciumenses, moradores de 54 diferentes bairros, foi o instrumento para que o acadêmico do curso de Nutrição da Unesc, Filipe Fernandes Gabriel, desenhasse cientificamente o perfil de segurança alimentar e nutricional da comunidade do município. Filipe abordou a temática em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e agora tem em mãos um raio-x da situação que envolve desde o perfil socioeconômico dos cidadãos até escolaridade, saneamento básico, qualidade do acesso às residências, a utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) e, é claro, as condições de alimentação das famílias.

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O termo “segurança alimentar e nutricional”, que define o acesso das pessoas aos alimentos, a disponibilidade e o consumo nutricionalmente adequado, é de interesse do acadêmico desde o início da graduação, especialmente engajado nos assuntos que envolvem a saúde coletiva. Conforme o estudante, abordar o assunto em seu trabalho final foi uma forma de colaborar com a sociedade na qual está inserido. Além de defender e exemplificar a luta que já fazia parte da sua vida enquanto estudante de nutrição e extensionista. A ideia é que o resultado e o próprio questionário montado na pesquisa sirvam também de modelo para que outros municípios avaliem os cenários e adotem medidas de informação e enfrentamento à situação.

Situação de Insegurança para 31% da população

Entre as evidências encontradas pelo acadêmico na pesquisa que ouviu, avaliou altura e peso de 240 pessoas em Criciúma, estão dados que podem contribuir com a criação de ações que ajudem a combater a situação avaliada como insegurança alimentar para 31% da população criciumense. “Identificamos que, dentre as pessoas entrevistadas, mais de 50% não consome feijão no dia a dia, por exemplo. Além disso, mais da metade costuma ingerir bebidas açucaradas e 44% não havia consumido frutas ou verduras no dia da aplicação do questionário e no dia anterior. O resultado disso é mais de 50% das pessoas com sobrepeso e obesidade”, relata.

A pesquisa, conforme Filipe, mostra um cenário que demonstra desde a parcela da população que chega a, de fato, passar fome até aqueles que têm a preocupação com a disponibilidade do alimento, fatores que integram o perfil chamado de “insegurança alimentar e nutricional”. “Esse cenário não está só nas grandes metrópoles. Está mais perto do que imaginamos. A solução para isso passa por um trabalho transversal que envolve desde o agricultor, até o transporte, gestores públicos e, claro, a academia como aliada”, completa.

A proposta de Filipe é entregar um resumo executivo da pesquisa acadêmica ao município como forma de colaborar na formação de políticas públicas no âmbito do SUS, dentro e fora das Unidades Básicas de Saúde (SUS), para acesso à informação. “As pessoas precisam entender que o ser humano tem direito à alimentação e muitos fatores, como o emprego, interferem diretamente na alimentação de qualidade”, explica o estudante.

Filipe, que integra os conselhos municipal e estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, teve a orientação da professora Rita Suzelaine Vieira Ribeiro no estudo. O jovem conclui a graduação na Unesc em dezembro de 2021 e projeta seguir na carreira acadêmica, produzindo novas pesquisas ligadas à nutrição e alimentação sob ponto de vista da saúde coletiva.

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