Um passo em direção à aliança | Por Roberto Azevedo
Anda é prematuro estabelecer se foi só uma notícia despretensiosa ou um início de conversa que convergirá para uma nova coligação em 2022, algo próximo da tríplice aliança, o anúncio de que as bancadas estaduais de MDB e PSD têm estreitado a atuação conjunta na Assembleia, ambas na base da administração de Carlos Moisés (sem partido), até porque, no entorno da mesa estavam o presidente da Assembleia, Mauro De Nadal, e o deputado Milton Hobus, presidente estadual pessedista.
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A foto do almoço conjunto entre os deputados emedebistas e pessedistas, durante o dia dedicado aos tradicionais almoços de terça das bancadas, chamou a atenção para algo que é debatido sobre a reedição de uma composição vitoriosa, embora as duas siglas, oficialmente, tenham pré-candidatos ao governo: o MDB com a convulsão da prévia entre Dário Berger, que ameaça ir para o PSB; o enigmático Celso Maldaner, que preside o partido; e Antídio Lunelli, o único que deseja a escolha; enquanto o PSD põe na praça os nomes de João Rodrigues, Napoleão Bernardes e Raimundo Colombo.
O personagem central deste debate é o governador Carlos Moisés que só construirá a coligação em torno de seu nome, com o apoio dos deputados estaduais, se anunciar a filiação ao MDB, demora que não se justifica até o momento.
Na mesma terça (7), enquanto os parlamentares emedebistas e pessedistas cruzavam talheres na sala da presidência da Assembleia, Moisés almoçava, na Casa d’Agronômica, com o prefeito João Rodrigues (PSD), de Chapecó, nome cobiçado para compor também por Gean Loureiro (União Brasil), que também sonha em ter o partido de Colombo e companhia por perto.
Os resultados
Do encontro Moisés e João saiu a informação de que a conversa foi boa, resta saber em que sentido.
O prefeito de Chapecó chuta a barraca às vezes dentro do PSD, mesmo que paparicado na recente visita do presidente nacional da sigla, o ex-prefeito de São Paulo e ministro Gilberto Kassab, a Santa Catarina, principalmente por não aceitar a pré-candidatura do ex-governador Raimundo Colombo.
Virá?
Moisés foi mais uma vez alertado para a necessidade de fazer gesto semelhante ao de Jair Bolsonaro e definir um endereço partidário, desde que não seja uma sigla de fundo de quintal, com umas 10 executivas provisórias, sem prefeitos e deputados no Estado.
Ao governador resta fechar com um partido robusto, com estrutura em Santa Catarina, para facilitar o tráfego junto às demais legendas o quanto antes, depois que a falácia de deixar para se filiar no fim de março do ano que vem mostrou-se perigoso e ineficaz.
Crise de quem
Depois que o vice-prefeito de São José Michel Schlemper cerrou fileiras para defender o senador Dário Berger sobre a situação delicada do ex-prefeito justamente por conta da indefinição sobre as prévias do MDB, a pergunta que fica é se trata de uma crise do pré-candidato ao governo ou do partido?
Dário, há muito, tem demonstrado a discordância sobre o processo, no que está absolutamente certo, sabe que este tipo de articulação só causa rachaduras e divisões irreconciliáveis, notoriamente quando identificou que o modelo de antecipação da candidatura só interessa ao prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul, e aos que o cercam.