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Tragédia familiar: o que levou garota de 14 anos a matar o pai

Uma rotina que, conforme a polícia, incluiria violência doméstica, terminou em tragédia, com um homicídio em família, em Eldorado do Sul, na Grande Porto Alegre (RS). Desta vez, diferentemente da maioria dos casos, o suposto agressor acabou sendo a vítima, e o autor do crime, a própria filha, de 14 anos. O caso ocorreu no início da semana passada.

A adolescente, filha única, retornaria às aulas após as férias de julho. Como sempre fazia em dias de escola, acordou cedo e arrumou-se. A mãe havia saído para trabalhar, e o pai, dormia.

Antes de sair de casa, a estudante tomou a atitude que mudaria a história da família. Ainda com o pai dormindo, no início da manhã, pegou a arma dele, um revólver calibre 38, aproximou-se e disparou uma vez contra seu peito — ele morreu na hora. O disparo não chegou a ser ouvido pelos vizinhos.

Na sequência, a adolescente foi até o comércio da família, no outro lado da rua, e relatou à mãe o que havia feito. A mulher, então, foi para casa, onde encontrou o marido morto na cama. Já a filha seguiu para a escola, onde, cerca de uma hora depois, a polícia a encontrou. Os policiais foram acionados pela mãe.

De acordo com o delegado Rodrigo Caldas, já foram ouvidas quase todas as testemunhas. Os depoimentos da adolescente e da mãe teriam esclarecido o caso. A filha confessou ter matado o pai.

— Vamos concluir o inquérito e enviá-lo para o Judiciário com as conclusões — explica Caldas.

A polícia apurou que haveria histórico de agressões e abusos por parte da vítima.

— Relatos de pessoas apontam que elas sempre tiveram medo de denunciá-lo à polícia, pois ele as ameaçava — resume o delegado.

GaúchaZH apurou com os vizinhos, que preferiram não se identificar, que a adolescente sofreria há pelo menos quatro anos com as atitudes do pai. A mãe também seria vítima de agressão.

— Nossa ideia inicial seria por pedido de internação da adolescente (na Fundação de Atendimento Socioeducativo, a Fase). Mas, com o Ministério Público e o Judiciário, optou-se pelo acolhimento junto a uma entidade — disse Caldas em relação à situação da estudante.

Por Renato Dornelles/ Gaúcha/ ZH

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