Tornado de curta duração pode ter ocorrido em Tubarão
Linha de Instabilidade (LI) provocou, segundo nota da Defesa Civil, os fenômenos regitrados no temporal deste sábado, dia 11
O Litoral Sul de Santa Catarina foi a região mais afetada pela passagem de uma Linha de Instabilidade (LI), que provocou vendavais, tornado e um “meteotsunami” – fenômeno conhecido como tsunami meteorológico, de difícil previsão e ocorrência não muito comum de ser observada. Além das fortes rajadas de vento na região, a LI foi um dos principais fatores para a ocorrência do fenômeno, em Laguna.
Durante o período da tarde, o avanço de áreas de instabilidade a partir do nordeste do Rio Grande do Sul, ao encontrar a atmosfera bastante aquecida na região, juntamente com presença de sistemas de baixa pressão em médios e altos níveis da atmosfera, favoreceram a intensificação dos temporais no Litoral Sul.
Os intensos temporais que avançaram, principalmente nas áreas próximas ao mar, em forma de Linha de Instabilidade (LI), isto é, de forma alinhada, provocaram chuva forte acompanhada de raios e intensas rajadas de vento, com registro de 97,2 km/h em Balneário Arroio do Silva; 94,7 km/h em Araranguá; 90,8 km/h em Tubarão; 89,2 km/h em Siderópolis; 85,0 km/h em Urussanga; 75,3 km/h em Imbituba; 74,9 km/h em Laguna; e 67,6 km/h em Jaguaruna. Os fortes ventos causaram danos e destruição em vários municípios.
Tornado
No município de Tubarão, na localidade de Bom Pastor, foram feitos registros de danos em estruturas com telhas metálicas retorcidas, além da queda de árvores e galhos. Dados da estação meteorológica instalada em Tubarão, imagens do radar meteorológico e as fotos dos estragos, além de relatos da população, dão conta de que um tornado de curta duração possa ter ocorrido na região, embebido na forte tempestade que avançou por essa região aproximadamente entre as 15h30min e às 16h30min.
Por volta das 16h03min, o radar meteorológico de Lontras identificou alta refletividade (indicado pelas cores vermelhas) (Figura 2A), dipolo (ventos intensos e com direções opostas dentro de uma mesma região) com velocidades estimadas em 25 m/s (Figura 2B) em conformidade com o observado na estação meteorológica (entre 90 e 100 km/h), além de outras variáveis com refletividades bem altas como o ZDR (Figura 2C) e VIL (Figura 2D) na região em que as demais também apresentaram comportamentos/valores significativos, o que sugere que a localidade possa ter presenciado a formação e passagem de um tornado, o que corrobora com os estragos observados.