Teste do Pezinho: Uma picadinha que salva vidas
Pediatra explica a importância do exame obrigatório entre os recém nascidos
Obrigatório a todas as crianças nascidas em território brasileiro, desde 1992, e considerado o principal exame que deve ser realizado no recém-nascido, o Teste do Pezinho é capaz de diagnosticar, de forma precoce, diversas doenças que podem causar alterações no desenvolvimento neurológico e psicomotor do bebê. Elevada a importância da apuração, no Brasil, o dia 6 de junho marca a passagem do Dia Nacional do Teste do Pezinho, exame que faz parte do Programa de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde.
Com apenas algumas gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, o teste permite diagnosticar precocemente as seguintes doenças: Hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria e outras aminoacidopatias, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase, hiperplasia adenal congênita. Desde 2021, por Lei, ele foi ampliado para identificar 14 grupos de patologias de maneira escalonada, entretanto os estados têm até 2025 para aplicá-la. Em Santa Catarina, por exemplo, desde abril deste ano ele também detecta a toxoplasmose. Os testes mais amplos, oferecidos na rede particular podem investigar até mais de 50 doenças. “Com o diagnóstico precoce é possível prevenir, por meio de tratamento adequado, diversas complicações”, sublinha a pediatra, Fernanda Bastos.
A especialista esclarece que a coleta para o exame deve acontecer o mais rápido possível, tão logo a criança comece a ser amamentada. “É fundamental que o Teste do Pezinho seja feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. Cumprindo este período, caso ele indique alguma alteração, testes complementares poderão ser realizados de maneira mais rápida para confirmar ou descartar o diagnóstico. Isso possibilitará que a família busque e tenha acesso ao tratamento adequado rapidamente, o que ajuda a evitar possíveis complicações para a saúde da criança”, explica.
Dada fragilidade do neném, muitos pais ainda ficam receosos quanto a dor, mas o teste, reforça a Dra. Fernanda, é rápido e quase indolor. “A agulha que faz o furinho no calcanhar do bebê é quase indolor, mas, como é uma sensação nova, é comum que ele chore. A escolha do calcanhar para a coleta se deve a maior vascularização da região, o que facilita o procedimento”, esclarece.