Os estudos de James Allison e Tasuku Honjo, que deram base à imunoterapia, o mais atual e revolucionário tratamento contra o câncer, renderam a dupla o Prêmio Nobel de Medicina de 2018. A terapia, que ganhou a homenagem mais importante do mundo científico e que hoje é a forma mais eficaz de combater e de curar diversos tipos de câncer, é aplicada na clínica Onkológica, em Criciúma.
A nova classe de remédios basicamente utiliza o próprio sistema imunológico dos pacientes para destruir os tumores. “É um mecanismo que faz com quem as células tumorais não desliguem as células de defesa, ou seja, em vez de mirar o câncer, os remédios imunoterápicos estimulam as defesas do organismo para que elas mesmas detectem a doença”, salienta a cancerologista clínica Dra. Caroline Berger.
Foram descobertos também cinco novos usos para os inibidores destes pontos de verificação: câncer de cabeça e pescoço, bexiga e pulmão e linfoma de Hodgkin. Na prática, são drogas injetáveis, administradas a cada duas ou três semanas. Estima-se que quando funciona a sobrevida do paciente é três vezes maior. Os pacientes tratados com o método não apresentam queda de cabelo, náuseas, vômitos e a fraqueza característica após os tratamentos quimioterápicos. Trata-se de um tratamento com menor impacto na qualidade de vida do paciente.
A duração do tratamento da imunoterapia depende da eficácia das drogas no combate à doença e da reação de cada paciente a esse tipo de terapia. “É importante salientar que a imunoterapia não é aplicável a todos os tipos de tumores e pacientes, mas sem dúvidas é uma revolução no combate à doença”, afirma a especialista.