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Setor de transportes em alerta devido a possível falta de diesel

A Fetrancesc monitora a situaçao do possível desabastecimento de diesel no segundo semestre deste ano

A possibilidade de desabastecimento de óleo diesel acendeu o alerta da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc). A entidade que reúne todos os sindicados ligados as empresas de transporte, monitora a situação. Especialmente depois do alerta da Petrobras sobre a possível falta de diesel no segundo semestre deste ano.

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“Fetrancesc está atenta a questão do estoque de diesel e com certeza vem preocupando bastante porque temos países vizinhos como a Argentina que já tem uma falta de Diesel. Então, de certa maneira, é uma situação que está começando a nos preocupar”, destaca o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli*.

Em reposta ao alerta da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia (MME) do Governo Federal emitiu uma nota destacando que se as importações do Diesel S10 parassem, o Brasil teria um estoque para 38 dias. “Em outras palavras, se as importações desse combustível fossem cessadas hoje, os estoques, em conjunto com a produção nacional, seriam suficientes para suprir o país por 38 dias. Além disso, desde o início da intensificação do monitoramento do abastecimento pelo Governo Federal, a autonomia de óleo diesel aumentou de 30 para 38 dias em termos de dias de importação (aumento de 26,7%)”, diz o comunicado.

Fato que trouxe preocupação para as empresas de transporte. “A nota do Ministério que cita apenas 38 dias de estoque de diesel, tem preocupado nosso setor, mas acreditamos que o Brasil, diferente de outros países, ele não deve deixar isso ocorrer. Acreditamos que devemos contar com o Governo Federal e a Petrobras para encontrar uma solução para que isso não ocorra”, acredita o presidente da Fetrancesc.

Segundo ele, o setor de transportes não está preparado para um desabastecimento. “Infelizmente não existe preparação do setor. Em relação a guerra se ela continuar e que tivermos realmente enventual desabastecimentos. Nós entendemos que não temos a solução, não está em nosso alcançe. Nós temos a Petrobras, única grande fornecedora de diesel e que se é uma crise mundial, não há o que fazermos. Acreditamos que o Governo e Petrobras encontrem uma saída para essa questão”, destaca Rabaiolli.

Até o momento, a Petrobras não sinalizou ou emitiu comunicado sobre desabastecimento aos postos de combustível. O proprietário de postos de combustível em Criciúma, Beto Benedett , acompanha a situação através da imprensa e se diz preocupado com a possibilidade de desbastecimento do diesel.

“Não temos posição direta da companhia e sim as notícias através da imprensa. É preocupante, pois já se fala em racionamento.  Acredito que o maior impasse deva estar relacionado com o valor, pois o Brasil importa grande quantidade de diesel e está importando com um valor alto do barril. Com o valor do real desvalorizado frente ao dólar, acabamos pagando um valor final muito elevado”, explica.

Aumento do preço preocupa transportadoras

Desde o início do ano, o valor do Diesel aumentou cerca de 46% na refinaria. A elevação do preço preocupa e muito o setor do transporte que está na luta para que a política de preços da Petrobras seja modificada.

“O nosso setor está dialogando com o Governo Federal, buscando uma mudança no reajuste dos combustíveis. Considerando que o custo da Petrobras tem 80% da produção em reais. Para que ela não siga a política internacional do reajusta, não siga a variação do barril do petróleo, do dólar, para aplicar os reajustes no óleo diesel e nos combustíves aqui no Brasil”, ressalta o presidente da Fetrancesc.

Enquanto isso, segundo Rabaiolli, o setor de transportes vem sofrendo muito devido ao aumento no valor do diesel, com diminuição de rentabilidade e prejuízos.  “A demora é muito grande desses embarcadores no repasse desses reajustes e principalmente porque o diesel em carga de lotação representa até 70% do valor do frete. Cada vez mais o insumo diesel tem representado mais no valor do frete e com certeza não só na diminuição da rentabilidade, mas em algumas empresas trazendo prejuízos mensais na atividade do transporte”, finaliza.

*Entrevista realizada nesta terça-feira, dia 31, último dia de Rabaiolli a frente da Fetrancesc. Ele renunciou ao cargo para se candidatar a Deputado Federal. 

 

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