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Robótica na escola: o impacto pedagógico e profissional da educação tecnológica

Nas Escola S a educação tecnológica começa já nas primeiras fases da Educação Infantil e vai até o ensino médio

Para um observador leigo, o que acontece no laboratório pode ser quase uma brincadeira. Crianças e adolescentes montando pecinhas de Lego ou brincando com “joguinhos” no computador. Mas as aulas de Educação Tecnológica da Escola S de Criciúma não têm nada de brincadeira. São divertidas e estimulantes sim, e com um propósito muito maior do que se imagina.

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“As aulas estimulam a trabalhar o equilíbrio, o pensamento lógico. Ao longo dos anos as peças dos kits vão diminuindo e vai aumentando o desafio, porque a Educação tecnológica é movida a desafios”, explica Gabriele Borges Ugioni Felipe, supervisora educacional.

Nas Escola S a educação tecnológica começa já nas primeiras fases da Educação Infantil e vai até o ensino médio. “A partir dos quatro anos as crianças já têm o primeiro contato e vão evoluindo ao longo dos anos escolares. Quando os alunos chegam no fundamental começam a trabalhar com os kits Lego, esse material também vai evoluindo. No 4º e 5ª eles começam a automatizar esses robôs, nos anos finais os alunos já estão há muito tempo tendo essa disciplina, e a gente sempre diz que é algo que não abrimos mão”, ressalta.

Alunos em aula de robótica na Escola S – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Entenda o que é robótica

O ensino dessa prática está cada vez mais comum nas escolas, porque aproxima os estudantes das tendências tecnológicas do cotidiano. A robótica faz com que os alunos tenham uma maior proximidade com a ciência e a tecnologia, áreas do conhecimento que geram grande interesse nos estudantes.

“O presente e o futuro reservam muitas mudanças em relação ao perfil profissional desejado pelas empresas, bem como, em relação as profissões que serão necessárias. A Tecnologia avançou de forma exponencial na última década e está transformando a forma de relação de toda a sociedade com o trabalho. Novas profissões surgirão e as profissões tradicionais certamente serão complemente modificadas pelo advento da transformação digital”, diz Valmir Cabral da Silva Neto, Gerente de Operações SESI SENAI Regionais Sul e Litoral Sul.

Nas aulas de educação tecnológica, são apresentados problemas que devem ser solucionados. Isso exige muita concentração e uma sequência lógica para concretizar a tarefa. “Aula de robótica, não é só robô. O aluno precisa desenvolver o raciocínio lógico de uma forma natural.  Eles têm que fazer projetos de pesquisa, desenvolver protótipos. Entra a comunicação, a escrita, o empreendedorismo acabamos trabalhando outras disciplinas e muitas habilidades”, explica Gabriele.

Alunos resolvendo projeto apresentado pela professora – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Fortalecer o espírito de equipe

Além do raciocínio lógico, os estudantes de robótica têm maior direcionamento para o trabalho em equipe. Beatriz Dutra Cirimbelli, de 17 anos, teve o primeiro contato com a robótica na Escola S. Ainda criança, ela aprendia na aula de Educação Tecnológica com as pecinhas de Lego. A experiência era totalmente nova para ela e despertou o interesse.

Beatriz começou a se destacar com os trabalhos e conseguiu ingressar na equipe de robótica da escola, em que participaria de uma competição na área. A missão dos alunos era criar um projeto e colocá-lo em prática. Iniciou então um trabalho em equipe.

Além de pensar no projeto e executá-lo, o grupo de alunos da Escola S aprendeu muitas coisas trabalhando juntos. “O objetivo final é criar o nosso produto. Mas além disso aprendemos muitas coisas com o grupo, como a divisão de tarefas e a importância da função de cada um. Aprendemos  marketing, a buscar patrocinador, a gestão de projetos, a utilizar planilhas e apresentar para os avaliadores. Diversas coisas que precisamos desenvolver para apresentar o projeto. Com isso conseguimos descobrir habilidades diferentes de cada um, que somadas, proporcionam um resultado melhor”.

Ao final do trabalho, Beatriz também viu que, além do conhecimento adquirido, o trabalho em equipe trouxe uma evolução na vida pessoal da estudante. “Consegui ver muita evolução em mim, graças ao trabalho em equipe e divisão de tarefas. Principalmente na parte de oratória, organização, responsabilidade, coisas que aprendi de forma natural”, ressalta.

Para Beatriz, participar das competições foi um aprendizado que levará para a vida. “Muda nossa cabeça e nem percebemos, acaba sendo uma transformação gradativa. Não consigo me imaginar como seria se não tivesse participado do torneio”, frisa.

Estar mais conectado com o mercado de trabalho

As empresas procuram funcionários que sejam flexíveis, atentos, que saibam trabalhar com prazos para executar as tarefas e que saibam se adaptar as mais diferentes tecnologias e situações.

“Através da Escola S SESI SENAI, temos percebido o interesse das empresas, sobretudo no setor industrial, pela formação com este perfil mencionado. A uma grande expectativa deste setor, para empregabilidade de jovens com perfil intraempreendedor, capazes de desenvolver novos produtos e processos que garantam a longevidade e a competitividade do setor produtivo nas mais diversas áreas”, ressalta Valmir.

“Entrando para o time da escola, os alunos potencializam tudo o que é visto em sala de aula por meio dos treinamentos para essas competições. Estamos incentivando o empreendedorismo e até mesmo docência. Mesmo não sendo na área de tecnologia, todos aproveitam. O nosso objetivo é que eles saiam do ensino médio, mais preparados, se conhecendo melhor e assim podem ser mais assertivos na hora de escolher a profissão ou o caminho que vai seguir” completa Gabriele.

Apesar de ter gostado muito da área de tecnologia e o conhecimento adquirido, hoje Beatriz tem certeza de uma coisa: não quer trabalhar com a robótica. Mas isso não significa, que o contato com a tecnologia no período escolar, foi em vão. Muito pelo contrário, ela disse que a educação tecnológica pode ajudá-la a ter uma direção do que escolher seguir profissionalmente no futuro.

“Adquiri muito conhecimento neste período, mudou a minha cabeça. Ter outra visão, faz toda diferença. E os torneios te ajudam no primeiro passo, te dá uma base do que é o mercado de trabalho realmente, isso é muito importante. Hoje sei que sou mais da área de humanas do que de exatas”, afirma.

Colaboração e fotos: Caroline Sartori

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