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Em público, Bolsonaro evita pré-candidatos em passagem por SC

Bem orientado sobre as consequências de transformar a agenda em Balneário Camboriú neste sábado (25) em um comício ou guarida para os pré-candidatos, que se acotovelavam ao seu redor, o presidente Jair Bolsonaro deu um drible na turma e até deixou pré-postulante no vácuo, durante a Marcha para Jesus.

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Uma multidão calculada em cerca de 25 mil pessoas pela Polícia Militar, a maioria evangélicos, acompanhou o evento, e viu Bolsonaro, acompanhado da primeira-dama Michele e da filha caçula, desfilar me carro aberto da Praça Almirante Tamandaré até o Pontal Norte, na Praia Central do Balneário, onde apenas pastores que organizaram o evento e o empresário Luciano Hang, da Havan, que brilhou com seu estilo, tiveram acesso.

O pré-candidato ao Senado Jorge Seif Júnior, ex-secretário da Pesca e Aquicultura (PL), ficou literalmente pendurado na porta, em pé no estribo do veículo.

Foto: Reprodução/Instagram

O senador Jorginho Mello, pré-candidato ao governo, e a vice-governadora Daniela Reinher acompanharam a pé, ao lado da comitiva, sem ter qualquer privilégio ou proximidade com o presidente da República, o que se repetiu no palanque do evento, onde, estrategicamente, ficaram para trás, na terceira fila.
A Marcha para Jesus é um evento religioso, mas Bolsonaro aproveitou para repetir a postura que adotou em 2018, onde quem queria ficar na sua aba foi deixado de lado e ele não fez manifestações para os que o apoiam.

Em determinado momento da agenda presidencial, Bolsonaro deixou Jorge Seif, que asseguram ser seu preferido na majoritária no Estado, no vácuo e ainda pediu que ele recuasse, gesto feito com uma das mãos, sem contar que Jorginho e Daniela ficaram longe dos holofotes, embora tenham tentado a aproximação, como mostra o vídeo flagrado pela equipe do Diarinho, de Itajaí.

No tom de sempre

Bolsonaro não evitou polêmicas em seu discurso de pouco mais de 20 minutos e aproveitou a maciça presença de evangélicos para se posicionar contra a interrupção da gravidez ao pregar lealdade ao povo.
Sem se referir à recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que retroagiu o entendimento que vigorava há 70 anos no país da América do Norte ou ao episódio da menina de 11 anos que fez um aborto, depois de uma batalha judicial, por ter sido estuprada, em Tijucas (SC), disse: “Nessa luta do bem contra o mal, há um lado que defende o aborto e, outro, a vida”.

O presidente voltou a criticar os que defendem a ideologia de gênero, reforçou a necessidade de armamento da população e fez mais referências veladas às eleições, com pesadas críticas ao processo, quando disse que “tenham certeza, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, nós tomaremos as decisões que devam ser tomadas. Porque cada vez mais eu tenho um Exército que se aproxima dos 200 milhões de pessoas nos quatro cantos deste Brasil”.

O foco contra a esquerda e o adversário e pré-candidato Lula (PT) veio com a pregação de que “não podemos aceitar passivamente aqueles que querem pintar nossa bandeira de vermelha”, para delírio dos presentes.

Palanques

Bolsonaro foi recebido no Aeroporto Ministro Victor Konder, de Navegantes, pelo prefeito da cidade, Liba Fronza (União Brasil), e pelo prefeito Fabrício Oliveira (Podemos), de Balneário Camboriú, que devem dar palanque ao presidente na campanha à reeleição.
A região da Foz do Rio Itajaí-Açú, a exemplo da maioria no Estado, concentra um grande número de apoiadores do presidente na linha do conservadorismo de extrema-direita.

Fronza e Fabrício estão, em tese, no mesmo palanque no Estado, com o governador Carlos Moisés (Republicanos), até que se prove o contrário, ou seja, bem longe do senador Jorginho Mello, que nem conseguiu grudar em Bolsonaro.

Na provocação

Não muito longe de onde ocorria a Marcha para Jesus, o evangélico governador Carlos Moisés, que não seria lá muito bem recebido pelos conservadores na agenda de Bolsonaro, fez um vídeo e publicou um reels, no Instagram, para lembrar que a obra de duplicação da BR-470 está sendo tocada com dinheiro do Estado de Santa Catarina.

O vídeo, uma espécie de tapa de luva em Jorginho Mello e companhia, que tentaram impedir que R$ 465 milhões dos cofres catarinenses fossem parar nas obras federais das BRs 470, 280, 163 e 285 (Serra da Rocinha), fato que vai render muito na campanha deste ano ao governo.
Assista ao vídeo:

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