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Reunião na Acic debate a segurança pública em Criciúma

Comandantes das polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros conversaram com os empresários

A Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros estiveram reunidos nesta semana para discutir um assunto muito importante, a segurança pública. O encontrou aconteceu na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), que sempre traz este assunto como pauta entre as demandas levantadas. 

“Nosso objetivo é integrar as três forças de segurança com a diretoria da entidade, para que possamos entender necessidades e demandas e, dessa forma, contribuir com encaminhamentos que fortaleçam a segurança na nossa cidade e região Sul. As corporações têm realizado um grande e importante trabalho. Temos sido referência para Santa Catarina quando o assunto é segurança. A resposta das polícias, especialmente neste início de ano com o aumento de casos de criminalidade, foi bastante rápida”, ressalta o presidente da Acic, Valcir José Zanette.

O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente coronel Mário Luiz Silva, reconhece a iniciativa da Acic e confirma o aumento de crimes na cidade. “É muito importante esse envolvimento da sociedade civil organizada em matéria de segurança pública. É imprescindível esse envolvimento. O que nos traz inquietação no momento é o aumento de crimes nos últimos tempos”, coloca.  

“Criciúma, com uma população de quase 250 mil habitantes, tem números de criminalidade relativamente baixos. Fechou 2022 com sete homicídios, índice de cidades europeias, e quando elevamos esse número, isso chama muito a atenção. Em matéria de furtos e roubos, vínhamos de uma decrescente muito grande, e quando há uma elevação, isso salta aos olhos. Nossa preocupação é manter isso em um número cada vez menor”, relata.

Conforme o comandante do 9º BPM, a polícia atuou fortemente para reduzir esses crimes. “Na primeira semana de janeiro, foram 14 roubos; na segunda semana, 15 roubos, caindo nas semanas seguintes para cinco e depois para quatro. Entretanto, os furtos são o grande problema, e o que mais incomoda a sociedade. E a certeza da impunidade é a razão desses crimes. As polícias estão prendendo muito, porém o criminoso não fica preso”, expõe.  

Responsável pela 6ª Delegacia Regional de Polícia Civil, o delegado André Milanese também salienta a atuação da corporação nos últimos anos. “A Polícia Civil tem como principal função reprimir o crime que ocorre, com a investigação e a condução de provas que gerem uma ação criminal”, aponta.

“Em Criciúma, temos quatro delegacias. Em 2015, nós tivemos 56 homicídios, mas com o tempo, as investigações foram aprimoradas, muitas pessoas foram presas. Eram crimes envolvendo facções criminosas. Até que chegamos nos últimos dois anos com menos de dez homicídios por ano na cidade. Outro ponto importante é que desses crimes tivemos quase 100% de esclarecimentos”, informa o delegado.

Atuação diferenciada

Já o comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militar de Criciúma, tenente coronel Henrique Piovezam da Silveira, explicou que a corporação atua em quatro grandes áreas. “Atuamos no atendimento hospitalar; no combate aos incêndios; na busca e salvamento e a quarta e grande área, que é a de prevenção, a segurança contra incêndio. O Bombeiro atua muito na parte preventiva. No Batalhão inteiro foram mais de 22 mil vistorias de funcionamento, número bem considerável”, avalia.

Conforme o oficial, o atendimento hospitalar é o serviço que tem a maior gama de atividades do Corpo de Bombeiros, em torno de 76%. Já no combate aos incêndios, o batalhão de Criciúma é o que mais atende ocorrências no Estado – foram mais de mil incêndios no ano passado. Em relação à busca e salvamento, já houve seis mortes por afogamento nesta temporada, na área atendida pelo batalhão.

O comandante também destacou o projeto do novo Batalhão de Bombeiros Militar de Criciúma. “Conseguimos arrecadar recursos por meio de vistorias, tivemos um apoio do Governo do Estado e uma antecipação de recursos por parte da Prefeitura Municipal e conseguimos licitar a obra, que está sendo executada”, detalha.

Demandas

Entre as demandas levantadas entre as corporações junto à diretoria da Acic estão a falta de efetivo policial. O número de profissionais foi reduzido significativamente nos últimos anos, por isso, a importância de abrir concursos públicos para repor o quadro de pessoal.

Também estão entre os pleitos o investimento em tecnologia, como a efetivação do funcionamento das câmeras de videomonitoramento, e a atuação junto ao Poder Legislativo para a criação de leis mais rígidas. Além de um trabalho social, contando com a parceria do Poder Público, para prevenir o uso de drogas por adolescentes e jovens e a entrada no mundo do crime.

“Iremos fazer um trabalho em conjunto com as polícias, empresários, sociedade civil, Poder Público e representantes políticos para buscar a solução para essas dificuldades. É uma das nossas principais prioridades. Cidades com uma boa segurança pública atraem mais investimentos e se desenvolvem muito mais”, acrescenta o presidente da Acic.

Documento ao governador   

Na primeira visita ao Sul do Estado após a posse, no dia 3 de fevereiro, o governador Jorginho Mello fez a entrega de viaturas e equipamentos à Polícia Civil, em evento realizado na Acic. Na oportunidade, o presidente da entidade entregou um documento ao governador com demandas que foram levantadas junto à classe empresarial, as quais são defendidas pela associação como fundamentais para a promoção do desenvolvimento socioeconômico da região Sul.

No ofício é ressaltada a necessidade da atenção especial do Governo do Estado para a concretização das obras e medidas necessárias em áreas como segurança, infraestrutura, saúde, educação e gestão pública.

 Entre as demandas na área de segurança estão o aumento de efetivo, melhorias na estrutura física e ampliação do uso da tecnologia nas Polícias Militar e Civil e no Corpo de Bombeiros.

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