“Retomada do crescimento do Estado depende da vacina”, diz secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli
O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, revelou nesta quarta-feira, 25, na Assembleia Legislativa, que Santa Catarina trabalha com vários cenários de retomada do crescimento econômico no pós-pandemia da Covid-19.
De acordo com o secretário, vai tudo depender da disponibilização da vacina contra a doença. “Se a vacina vier rápido, a recuperação vai ser forte. Se demorar um pouco mais, vai atrapalhar a recuperação econômica do mundo, o que afeta Santa Catarina também.”
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Paulo Eli esteve na Alesc atendendo à convocação da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) para falar das previsões de receita e despesas para 2021. A Secretaria da Fazenda estima uma receita de R$ 30,49 bilhões, um incremento de 5,5% com relação a 2020. A previsão anterior, feita em julho, levava em conta a situação da época, que se mostrava, segundo o secretário, pior do que a atual, que demonstra uma recuperação econômica.
O secretário revelou que o Tesouro estadual está fazendo uma reserva financeira da ordem de R$ 1,2 bilhão para ser usada em emergências e funcionar como garantia de pagamento em dia de contratos e manutenção de um fluxo financeiro. Segundo ele, essa economia é resultado do repasse federal de R$ 1,4 bi de dinheiro líquido para o combate à pandemia e de R$ 1,3 bilhão que Santa Catarina economizou com o não pagamento da dívida pública neste ano.
Mesmo com essa previsão, o secretário afirmou que a situação financeira do Estado ainda preocupa. “Em 2021 teremos que retomar o pagamento da dívida pública”, ressaltou. Segundo Paulo Eli, o grande desafio será equacionar o déficit da Previdência estadual, que deve chegar a R$ 5,2 bilhões em 2021. “Santa Catarina tem mais servidores inativos do que ativos”, afirmou. “Estabelecer uma idade mínima de aposentadoria é o grande ponto.”
Folha salarial
Na conversa com os parlamentares, Paulo Eli foi questionado pelo deputado Sargento Lima (PSL) sobre medidas para reduzir a folha de pagamento do Estado. O secretário, no entanto, foi enfático: não é possível reduzir a folha. “O que estamos fazendo é a contenção do crescimento da folha”, explicou. “Não temos como demitir servidores estáveis e estamos repondo policiais militares, profissionais da saúde e da educação.”
Para a deputada Luciane Carminatti (PT), falta planejamento estratégico para desenvolver as potencialidades de cada região. “Em vez de demitir servidores, tem que desenvolver turismo, a agricultura, o setor metalmecânico”, exemplificou.