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Quem é a Joana, e qual a origem da expressão “casa da mãe Joana”?

Uma expressão da língua portuguesa que significa “o lugar ou situação onde vale tudo; sem ordem; onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização, onde cada um faz o que quer”. Afinal, todo mundo já deve ter ouvido alguém falar: “O que está pensando? Que isso aqui é a casa da mãe Joana?”

“Casa da mãe Joana” é uma expressão popular muito conhecida pelas pessoas, porém, nem todos conhecem a história da Rainha Joana de Nápoles que deu origem ao vocábulo.

Joana I, rainha de Nápoles, e condessa de Provença que viveu entre 1326 e 1382, teve uma vida conturbada, e foi uma das protagonistas de uma trama envolvendo o rei francês Felipe IV, este que resolveu cobrar impostos sobre os bens da Igreja, que no início pertenciam a Joana I.

Em 1303, o papa Bonifácio VIII excomungou o Felipe IV, que em vingança enviou um de seus legistas para invadir a Itália e prender o papa. Em seguida, o papa morreu na prisão e foi sucedido por Bento IX. Posteriormente, um novo papa, Clemente V, assumiu e transferiu a sede do papado de Roma para a cidade de Avignon, que entre 1309 e 1378, residiu sete papas diferentes.

Linda, inteligente e moderna para sua época, Joana patrocinava artistas e intelectuais. Em 1946, ela foi acusada de participar do assassinato do seu marido Andrew. Uma conspiração que a fez fugir da vingança do seu cunhado Luís I, o rei da Hungria, e mudou-se de Nápoles, para uma residência em Avignon, na França. Na condição de ser declarada inocente, ela vendeu a cidade a Clemente V.

Em 1347, quando tinha 21 anos, normatizou os bordéis da cidade Avignon onde vivia refugiada, criou certas regras para impedir que alguns frequentadores agredissem as prostitutas e saíssem sem pagar. Além disso, um dos seus decretos foi que o lugar teria uma porta que todos poderiam entrar. Assim, cada prostíbulo ficou conhecido como o “paço da mãe (a dona da cidade) Joana”, com o sentido afetivo de uma casa que está aberta para qualquer um entrar. Com isso, alguns dizem que Joana foi exilada pela Igreja por viver de uma forma sem regras e permissiva.

Entretanto, em 1382, Joana foi assassinada por seu sobrinho herdeiro, Carlos de Anjou, mas seus feitos na cidade francesa continuaram na boca do povo, sempre associando-os com a proteção dos prostíbulos, pois para as meretrizes, Joana era como uma mãe. Até mesmo depois de Avignon se tornar um manto de religiosidade.

A expressão que originou-se em um bordel de Avignon, na França do século XIV, foi parar em Portugal, porém conhecida como “Paço da mãe Joana”, com o mesmo sinônimo de prostíbulo. Mas como no Brasil “paço” não é uma palavra comum, por aqui predominou sendo a “casa de mãe Joana”, que passou a significar um lugar onde cada pessoa faz o que bem entende, sem respeitar nenhum tipo de normas.

Então, você conhecia a história por detrás dessa expressão popular tão usada por todos? Espero que tenha gostado, e agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais:

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