Mesmo com protesto, reajuste é aprovado na Câmara de Criciúma
Servidores públicos acompanharam a sessão vestindo roupa preta em sinal de descontentamento
Servidores públicos municipais de Criciúma, acompanharam a sessão na Câmara de Vereadores, na tarde desta terça-feira, dia 12, que aprovou projetos de origem do executivo, um deles e mais polêmico, do dissídio que trata sobre o reajuste anual. Os servidores públicos presentes vestiram roupa preta em sinal de protesto ao reajuste proposto.
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Antes da votação, durante o Horário Político, a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) fez uso da palavra. “O que estamos passando aqui hoje é algo histórico, em 30 anos, nunca foi passado um projeto nessa casa sem discussão. Quero que discutam e peço que hoje, esses projetos do executivo sejam retirados da pauta para que se faça justiça nessa cidade”.
Quem também se manifestou de forma contrária ao reajuste proposto foi vereador Zairo Casagrande (PDT). “Entendemos que esse reajuste não aconteceu durante três anos, com isso, seria fundamental manter o poder aquisitivo dos servidores, essa reposição ao menos da inflação. A prefeitura possui condições financeira, nem que fosse de forma parcelada”, sugeriu.
Sem apoio, a proposta do Executivo com relação ao reajuste foi aprovada com 14 votos favoráveis e dois contrários.
Descontente com o resultado, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Criciúma (Siserp), Jucélia Vargas, informou que serão deliberadas ações em assembleia na próxima segunda-feira, dia 18 e ainda ressaltou. “Não medimos esforços na tentativa de abrir a mesa de negociação, para que os projetos encaminhados não fossem colocados em votação. O pior disso tudo é a falta de diálogo. O prefeito criou uma prática em que o capitão manda. Ele manda e todos obedecem, isso é muito ruim para Criciúma”, desabafou.
Ainda segundo ela, o no que diz respeito ao salário dos servidores, se faz necessário o aumento. “Estamos com uma perda salarial de três anos sem o repasse da inflação o que passa de 22%. O governo está concedendo só do último período que vai dar em torno de 11%. Vamos para dois anos de perdas salariais da inflação para trás”.
A presidente do sindicato também se manifestou sobre o cupom alimentação para os servidores por grau de escolaridade. “Nunca ouvi falar. Esse é o incentivo do governo para quem quer estudar? É um projeto inconstitucional, pois fere o princípio da isonomia salarial. É um verdadeiro absurdo”, considera.
Entenda o que foi votado
O vereador Nicola Martins (PSDB), líder do governo na Câmara, explicou os motivos do governo municipal em conceder 11.73% de reajuste. “Os servidores pedem 24%, que é a inflação acumulada dos últimos dois anos e meio, já a Prefeitura está propondo 11.73%, que é a inflação do último ano. Fazendo uma análise do balanço financeiro este é o valor que se tem a segurança pagar hoje. A arrecadação não aumentou na mesma intensidade, por outro lado, os custos das obras aumentaram”, justificou.
Já o projeto sobre o vale -alimentação, Martins explica que hoje é de cerca de R$70,00, para todos os servidores. “O que está sendo proposto é um valor para servidores de ensino fundamental, ensino médio e outro para ensino superior. Não haverá aumento inferior a 10% em todas as faixas. Existe um escalonamento e não é inconstitucional pagar valores diferentes”, garante.