Uma atividade desenvolvida em setembro do ano passado, com 23 estudantes do quinto ano matutino da Escola Antônio Guglielmi Sobrinho do bairro Vila Nova em Içara, é que foi matéria aqui no Portal Litoral Sul está entre as 50 melhores do país. O projeto “Conexões: memória, patrimônio e arte”, desenvolvido pela professora de artes, Julmara Goulart Sefstrom, concorreu entre 4876 de todo o país e agora integra o Prêmio Educador Nota 10. A premiação organizada pela Editora Abril é considerada a mais importante da Educação Básica Brasileira. A divulgação ocorreu no último final de semana.
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Tudo foi desenvolvido durante uma saída de campo, onde o grupo acompanhado pela professora Julmara, pela diretora Nerilda Vandir Felisberto, pedagoga Rosimari, orientadora e historiadora Elza de Melo Fernandes, coordenadora do polo Arte na Escola da Unesc Silemar Maria de Medeiros e duas bolsistas da universidade, conheceu os patrimônios históricos do município, dentro da atividade “Não me interessa (apenas), o que é consagrado como cultura e sim, aquilo que me pertence”. A proposta foi desenvolvida de fevereiro de 2018 até o final do ano letivo na disciplina de artes, com exposições, visitas extraclasses e outras atividades.
Do Paço Municipal a Capela São Bom Jesus
A professora Julmara conta que o projeto nasceu em 2017, quando participou do grupo de pesquisadores do Polo Arte na Escola da Unesc, durante o curso on line Aprendendo com Arte, patrocinado pela Fundação Volkswagen. Como conclusão, cada professor teria que elaborar um projeto final, com base num dos módulos estudados. Sobre patrimônio, uma das tarefas foi pesquisar no site do Iphan se havia na cidade onde morávamos algo tombado.
“Fiquei surpresa saber que a Casa do Ferroviário Anselmo Cargnin de Içara está em processo de homologação pelo Iphan. Nunca havia enfocado este tema com nenhuma das turmas, tampouco com minha turma de 5º ano. A maior parte das crianças sequer conhecia o centro da cidade de Içara. Diante do exposto, educação patrimonial foi foco do projeto. Pensei “se eu como professora de Artes não faço ideia disso e desconheço os patrimônios locais, será que meus alunos conhecem? E resolvemos conhecer os patrimônios da cidade”, conta.
Segundo a professora, a ideia possibilitou reflexão e criação artística por meio das relações entre a subjetividade dos alunos, suas heranças, memórias e tradições, promovendo, a partir de seus contextos, um olhar para o patrimônio local e nacional.
O percurso teve início com a visita ao Paço Municipal, também conheceram Praça do Imigrante, o Museu Ferroviário Casa do Agente Anselmo Cargnin, onde tiveram contato com objetos de memória da ferrovia içarense. No centro de Içara, estiveram na igreja matriz São Donato e na Igreja da Misericórdia, antiga Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes.
Ainda no roteiro estava o bairro Esperança, onde conheceram a Capela São Bom Jesus, que guarda em si a história dos primeiros colonizadores que chegaram no início do século XX e finalizou com a visita à comunidade de Urussanga Velha, marco do início da cidade de Içara, hoje pertencente ao Balneário Rincão. As crianças visitaram e igreja e conheceram o monumento dos 500 anos do descobrimento, que faz alusão às etnias formadoras do município.
“Todos ficaram entusiasmados em conhecer de perto os patrimônios que já haviam estudado em sala de aula e tinham visto apenas por meio de fotografias”, finaliza Julmara.
http://portallitoralsul-com-br.umbler.net/estudantes-fazem-viagem-pela-historia-do-municipio/