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Projeto Adinkras de Forquilhinha vira case nacional

O Projeto Adinkras, desenvolvido pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Forquilhinha, foi selecionado para participar do 4º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental, que acontece de 20 a 22 de junho (quinta a sábado), na Universidade Federal da Bahia. A roda de conversa sobre Gênero, violência e iniquidades, está marcada para o sábado, dia 22, às 8h da manhã.

No ano passado, o projeto trabalhou com mulheres vítimas de violência e suas filhas, durante sete meses, no combate e prevenção de todos os tipos de violência ou violação de direitos, por meio de atendimento especializado pautado na psicologia e na arte africana.

“Sempre que iniciamos um projeto dedicamos a ele o que temos de melhor, esperando que o resultado do trabalho realmente atinja os objetivos. Quando inscrevemos o projeto para o fórum, sabíamos que ele poderia ser selecionado, mas honestamente, receber a confirmação de sua aprovação, deixou toda equipe extremamente orgulhosa” revelou com um sorriso estampado no rosto, Joseane Nazario, uma das coordenadoras do Projeto Adinkras.

“A experiência de violência na família impacta a vida do indivíduo em suas relações afetivas e sociais. Amenizar os danos causados por ela é uma missão que desenvolvemos com amor e com responsabilidade” garante a secretária de Assistência Social, Nadir Kulkamp Tibes.

Ideogramas do povo Akan da África

Para alcançar os objetivos foram utilizados Adinkras que são ideogramas do povo Akan da África.  Nas vivências, as mulheres eram trabalhadas de acordo com o ideograma escolhido na produção de um livro intitulado “livro da vida”.

“Cada participante escreveu sua história em quatro partes: a história de violência vivenciada; sua vida após o rompimento do ciclo de violência; os seus sonhos e como alcançá-los. A conquista da prática foi o empoderamento das participantes do grupo que proporcionou medidas de enfrentamento da violência que estavam expostas, a prevenção de novos ciclos patológicos e a construção de uma nova forma de vida” relata Andreza de Oliveira, arte educadora e coordenadora do projeto ao lado da Joseane.

As mulheres que participaram do Adinkras foram encaminhadas pelo Poder Judiciário, Delegacia de Polícia Civil e Creas de Forquilhinha. Foram convidadas 55 mulheres, apenas seis permaneceram até o fim.

Exposição dos livros

No término dos encontros, foi construída uma exposição dos livros com uma instalação artística itinerante sobre o ciclo da violência que vem contribuindo para a transformação de comportamentos violentos no município e que influenciou na extensão do projeto e participação de mais mulheres e adolescentes.

“Este é um projeto que pode ser desenvolvido em qualquer lugar do mundo. Nossa participação no fórum vai permitir falar sobre ele e quem sabe nos tornamos inspiração para que outras mulheres de todo o país, possam dar seu grito de liberdade” completou Joseane, que vai representar Forquilhinha no evento.

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