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Produtores de Içara calculam prejuízos causados pela estiagem

Marlon Tezza está tendo um prejuízo de 3 mil litros de leite por mês

Produtores de Içara já calculam os prejuízos causadas pela estiagem que atinge a região Sul de Santa Catarina há cerca de três meses. Como é o caso de Marlon Tezza, que tem cerca de 22 vacas leiteiras na comunidade de Rio Acima e já soma uma redução mensal de três mil litros de leite.

Segundo o produtor, com a falta da chuva, o pasto perde a qualidade e a vaca acaba tendo estresse calórico e reduz o leite. “A situação piorou faz cerca de uns 30 dias. Nessa época o pasto era para estar bem verde. O estoque de alimento para os animais, que era para ser utilizado somente no inverno, tive que adiantar para não faltar os nutrientes para as vacas”, explica Tezza.

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Em sua propriedade há dois açudes, que ele utiliza como reservatório de água para os animais. Mas a situação atual preocupa. Com a falta de chuva, os dois lagos estão totalmente secos. Onde antes corria bastante água, agora dá para caminhar dentro do açude.

“Todas as atividades que realizo dependo da água, tanto para a higiene do local, como para dar aos animais. Racionamos e reaproveitamos tudo o que conseguimos”, relata o produtor.

O prejuízo atinge não somente na hora de tirar o leite. No caso do produtor, ele também tem prejuízo na safra do milho, que planta para alimentar os animais.

Ajuda da prefeitura

“Se não fosse a ajuda da prefeitura de Içara, com certeza teria perdido a minha plantação”, relata a produtora de morangos da comunidade de Rio Acima, Cálita Cardozo, de 30 anos. Ela trabalha com o fruto há cerca de seis meses e sofre com a falta de chuva. A saída foi pedir ajuda do Governo do município, que segundo ela, veio rapidamente com um caminhão pipa e abasteceu a sua propriedade com água.

Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Cerca de quatro mil litros de água são utilizados por dia para a irrigação do fruto. Sem chuva, o reservatório que fica a poucos metros da plantação secou. Com a falta de água e o calor em excesso, Cálita calcula uma queda de 28% na produção.

 

Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

“Com a falta da chuva, tive que reduzir a água da irrigação e consequentemente diminuiu a quantidade dos frutos que colhia. Sem contar que o fruto fica menor. Como vendo por peso, estou tento prejuízos”, conta Cálita.

Até essa segunda-feira, dia 21, 11 famílias já receberam mais de 36 mil litros de água que foram entregues por meio de um caminhão pipa pela Prefeitura de Içara. A medida é necessária de acordo com o decreto 55/2022, que alerta para a estiagem desde dezembro do ano passado no município. A distribuição continua ao longo dos próximos dias e deve atender mais de 140 famílias.

Localidades como Linha do Meio, Terceira Linha, Espigão e Vila Alvorada já receberam a visita da equipe. A cada viagem do caminhão é possível carregar 12 mil litros.

“Os poços das casas estão secos, ainda temos muitos bairros rurais que não possuem água do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), que dependem de poços para consumo de água. Estamos enchendo caixas, tonéis, o que o cidadão tem disponível na casa que possa armazenar água. Nosso agradecimento especial ao exército brasileiro pelo apoio”, disse o secretário da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Içara, Vitor Cardoso Dutra.

Foto: Divulgação/Prefeitura Içara

Famílias que também necessitam de abastecimento devem entrar em contato com a ouvidoria do município através do WhatsApp 48 9 8865-9466.

Situação de emergência

O Governo Municipal de Içara decretou na última sexta-feira, dia 18, situação de emergência em função da estiagem. Além dos prejuízos que aumentam a cada dia na lavoura, também falta água para consumo humano em diversas comunidades do interior. Segundo levantamento da Epagri, os prejuízos que já somam mais R$ 21,2 milhões. Conforme o decreto 55/2022, a estiagem se estende desde dezembro do ano passado.

Segundo o gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em Içara choveu 50% a menos do esperado para o mês. “Como temos um fenômeno onde a superfície da água do mar está mais gelada, não temos as chuvas de final de tarde. Era pra ter chovido 150 milímetros neste mês e nos últimos 30 dias, em Içara, choveu 72 milímetros”, explica o gerente.

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