Primeiro dia de greve dos professores é marcado por atos em Criciúma
Regionalmente, mais de 25% da categoria aderiu ao movimento; em Santa Catarina, esse número chega a 30%
Nessa terça-feira dia 23, os professores de Santa Catarina realizaram os primeiros atos de greve em todo o estado. Em Criciúma, mais de 25% dos professores paralisaram as atividades, conforme o coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC), João Pessoa. “Amanhã esse movimento tende a aumentar”, frisa.
Nessa terça-feira, dia 23, primeiro dia da greve em Santa Catarina, o sindicato organizou dois atos localmente: pela manhã, às 8h, em frente ao Cedup Abilio Paulo e a tarde, às 14h, em frente ao Eng. Sebastião Toledo dos Santos, Colegião. Depois do Colegião, os professores se reuniram em frente à Coordenadoria Regional de Educação.
Durante os atos, os professores também passaram pelas escolas estaduais, informando os profissionais sobre os detalhes do movimento e as reivindicações, além de ressaltar os direitos dos trabalhadores. “Destacamos que a greve é um direito de todos, previsto na Constituição Federal”, informa o coordenador regional.
Nesta quarta-feira, dia 24, o movimento deve seguir visitando as unidades de ensino.
Um dos professores participantes, que não quis se identificar, falou ao Portal Litoral Sul. No relato, descreve como a falta de plano de carreira e de concurso público sobrecarrega a classe. “Os profissionais e estudantes são afetados pela alta rotatividade de ACTs e os inúmeros afastamentos por questões de saúde, física e mental, dos professores. Problemas esses motivados, na maioria dos casos, pelas condições precárias de trabalho, já que nós precisamos trabalhar três turnos para garantir nosso sustento”, destaca.
Audiência pela manhã
Ainda durante a manhã de terça-feira, o Governo do Estado chamou o sindicato para uma audiência, às 10h30 no Centro Administrativo em Florianópolis. O secretário de Administração, Vânio Boing, recebeu as lideranças estaduais do Sinte/SC para discutir as pautas reivindicadas e pediu mais tempo para uma análise do executivo estadual.
Conforme o sindicato, o movimento conta com a adesão de 30% dos trabalhadores estadualmente. Os grevistas pedem o reajuste do Piso Nacional na tabela salarial, com descompactação da tabela; anúncio e efetivação do concurso público para o magistério; aplicação da hora atividade para todos os trabalhadores da educação e revogação total do desconto de 14% aplicado contra os aposentados.
O que diz o Governo do Estado
No fim da tarde, o secretário de Administração se manifestou sobre o movimento em coletiva. Conforme ele, o Executivo Estadual já estava em contato com o sindicato. “A principal pauta deles é a descompactação da tabela e isso nós precisamos evoluir. Na demanda como eles apresentaram, isso representa um acréscimo na folha de 4,6 milhões de reais, ou seja, ultrapassa e muito o limite prudencial da responsabilidade fiscal”, afirma o secretário.
Ele ainda destaca que os demais tópicos estão sendo tratados. “A revogação dos 14%, o Estado fez aquilo que era possível, aliviando o peso da cobrança dos aposentados e pensionistas, já que o piso para iniciar o desconto parte de dois salários mínimos até chegar nos três”, relata Boing. O auxílio alimentação, conforme ele, passará de R$ 12 reais para R$ 25 a partir do próximo ano, outra demanda solicitada.
Sobre o concurso, o secretário informa que foi aprovado no fim do ano passado. “Será o maior da história da Educação em Santa Catarina. Serão 10 mil vagas, 8 mil professores em sala de aula, 2 mil pessoas em atividade MEI. O edital estará na rua até o fim do mês de junho”, ressalta.