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Preso terceiro suspeito de assassinar indigenista e jornalista britânico

Terceiro suspeito de participação no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips se entregou a polícia neste sábado, dia 18

O terceiro suspeito de participação no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips se entregou à polícia na manhã deste sábado, dia 18. Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha” estava foragido após uma mandado de prisão preventiva contra ele ter sido decretado. Ele se entregou na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte, região do Vale do Javari, oeste do Amazonas.

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De acordo com a Polícia Federal (PF), ele será interrogado pelos investigadores e encaminhado para audiência de custódia. Além dele, já estão presos pelos assassinatos e ocultação dos corpos os pescadores Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, de 41 anos, e Amarildo da Costa Pereira, o Pelado, também de 41 anos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.

Identidades confirmadas

Ainda na sexta-feira, dia 17, peritos da confirmara que parte dos restos mortais encontradas na Amazônia são do jornalista britânico. Já neste sábado, dia 18, foi confirmado que os restos mortais restantes são pertencentes ao indigenista Bruno Araújo Pereira.

O material foi identificado por técnicos do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, por meio de exame da arcada dentária.

“A confirmação foi feita com base no exame de odontologia legal combinado com a antropologia forense. Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos”, informou a PF.

Os crimes

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) – entidade mantida pelos próprios indígenas da região. Entre as as missões, estava a de impedir a caça e a pesca ilegal na reserva, bem como outras práticas criminosas.

A Terra Indígena do Vale do Javari concentra o maior número de índios isolados ou de recente contato do planeta e qualquer aproximação com não índios pode desencadear um processo de extermínio desses povos, seja pela disseminação de doenças ou enfrentamento direto.

Segundo os autores do crime, a motivação do assassinato de Bruno e Dom teria sido justamente a atuação deles na denúncia de acesso e exploração ilegal da reserva. A PF chegou a dizer, nesta sexta-feira, dia 17, que não haveria mandantes nem participação de organizações criminosas. A conclusão, no entanto, foi rechaçada pela Unijava, que, em nota, informou terem sido repassados dados sobre organizações criminosas que estariam atuando na região.

*Texto: Agência Brasil.

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