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Por acaso o burro muda de cor quando foge? Conheça a origem dessa expressão

Uma expressão nascida do uso equivocado de um termo mais antigo

Como as pessoas se comunicarão daqui a algumas décadas? Essa é uma pergunta bem difícil de responder quando temos a sensação de que a nossa língua foi sempre a mesma ou que as nossas formas de comunicação não precisam sofrer algum tipo de mudança. Contudo, a verdade é que muitas expressões do nosso cotidiano irão simplesmente desaparecer. Em outros casos, alguns de nossos termos serão alterados em sua forma, conteúdo e sentido.  
 
Do ponto de vista histórico podemos ver que essas mudanças nem sempre são voluntárias, e que acontecem de erros de difícil previsão. No caso do termo “cor de burro quando foge”, algumas pessoas acreditam que o termo tem uma significação quase que literal. Afinal de contas, para o imaginário de muitos, um burro deve “pega” uma cor indefinida difícil de descrever, após correr léguas e mais léguas por uma estrada de chão, assim como quando usamos para descrever aquela cor estranha de um carro, blusa ou objeto que vemos por aí. Hoje em dia, a expressão “cor de burro quando foge” é utilizada para se designar uma cor em que não se sabe definir precisamente qual é. Também é comum se referir a coloração pardacenta característica da pelagem dos burros. 
 
Mas você já pensou de onde pode ter surgido essa expressão?  
A primeira hipótese, há quem diga que a expressão surge por deturpação de uma outra expressão que viria de “corro de burro quando foge”, que designa o comportamento agressivo do animal que pode dar um coice em alguém próximo. Afinal, o burro enraivecido é mesmo perigoso, pois quando se irrita é incontrolável. Ao longo dos tempos, o corra do verbo correr passou a ser cor, modificado pela tradição oral, e no boca a boca a má compreensão da frase fez com que esse termo mudasse inclusive de significado.  
 
A segunda hipótese considera a palavra burrus, que em latim significa avermelhado, e como a expressão original significaria algo como “correr para evitar alguém vermelho” – com raiva ou bêbado, por exemplo. 
 
Apesar dos termos não terem nexo algum entre si, essa não é a primeira (e talvez nem a última!) que esse tipo de transformação pelo erro acontece. Investigando a origem de outros termos, veremos que a fala não se perpetua ao longo das gerações. Assim como os comportamentos, gostos e hábitos, as expressões populares assumem feições que estão ameaçadas pelo esquecimento ou pela reinvenção de alguém que escuta um dito da forma que bem entende.
 
Obrigada pela leitura até aqui, espero que tenha gostado, semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 
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