Policial militar que matou quatro pessoas em pizzaria é preso a pedido do Ministério Público
O policial militar que matou quatro pessoas em uma pizzaria foi preso nessa terça-feira, 17, a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Além de pedirem a reclusão do réu, os promotores de Justiça André Gonçalves Martínez e Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo o acusaram na sexta-feira, 14 de junho, por cometer quatro homicídios duplamente qualificados, violação de domicílio e por praticar vias de fato no estabelecimento localizado em Porto Alegre.
Para os promotores, a prisão cautelar justifica-se para garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal. O policial militar, fora do exercício de suas funções, invadiu, durante a madrugada de 13 de junho, residência de família de trabalhadores, os quais, de maneira civilizada, confraternizavam. Ao adentrar na morada, sem motivo algum, de pronto, passou a agredir a mais jovem da turma, atacando verbalmente os demais membros da família. Após, saiu do local. “Os presentes, estupefatos, foram procurá-lo a fim de obterem uma explicação para aquele comportamento, afinal, não se está a viver em país onde pessoa qualquer invade o lar de cidadãos, bate em uma menina, ofende as pessoas, sai pela porta da frente e tudo fica por isso mesmo”, dizem os promotores.
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Na pizzaria, em tresloucada atitude, o denunciado matou a primeira vítima, passando a atirar contra os demais (os quais apenas tentavam socorrer o parente atingido), sem dó nem piedade, abatendo, uma a uma, as outras vítimas, com certeiros disparos, mostrando perícia no manuseio de arma de fogo adquirida em razão de sua profissão.
A brutalidade do evento causou comoção na sociedade, provocando justificada indignação. “Não há como deixar o autor de tais fatos em liberdade, transitando, armado, pelas ruas, ostentando a farda da Brigada Militar, corporação orgulho do Rio Grande”, sustentam.
O pedido do Ministério Público foi deferido pela Justiça nesta segunda-feira, 16 de agosto, quando a denúncia foi aceita. “Tenho que se mostra presente a necessidade de garantir a ordem pública, considerando-se a gravidade concreta dos fatos, em que, como acima asseverado, foram atingidas letalmente múltiplas vítimas com arma de fogo, disparos certeiros na cabeça dos ofendidos. O agente se trata de policial militar e usou a arma funcional. A mantença do denunciado em liberdade traz inquestionável descrédito à Justiça, pois o fato trouxe abalo e comoção social ao mesmo tempo em que o denunciado permanece no exercício da função pública, contrassenso que não pode perdurar”, fundamentou a juíza que atua no caso.