Pet influencers: saiba a história por trás dos perfis de dois cães criciumenses que fazem sucesso

Presentes em vídeos, filmes, séries e na TV, não é incomum ver cachorros ficarem famosos nas telinhas. Com as redes sociais, porém, longe dos personagens roteirizados, os pets estão fazendo sucesso. Blant_ahusky, Goudan_ohusky, Malcomsalsicha… nomes que figuram a todo o momento nas redes sociais e que galgam seguidores. A quantidade de “pets influencers” cresce a cada dia. Afinal, quase todo “pai” ou “mãe” de pet sente o desejo de registrar as peripécias e fofuras do seu animal e postar.

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Foi assim que a criciumense, Maria Laura Ghisi Longo começou o perfil do cãopanheiro: Ozzy.Dogui. “Tive vontade de criar, porque eu adoro bater foto e ele, como foi meu sonho de vida, me fez querer registrar todos os momentos. Aí eu pensei: ‘Onde vou postar tudo isso?’. Aí resolvi criar um Instagram. Ele tem também um perfil no Tik Tok, inclusive é onde tem mais seguidores”, conta ela.

Hoje com quase dois anos de idade, Ozzy foi um sonho se transformando em realidade para Laura. Quando ela e o marido, Ramiris Machado Torres, moravam na Nova Zelândia começou o planejamento e o estudo para poder possuir um Golden Retriever.

“Assim que voltamos (para Criciúma), nos organizamos para conseguir pegar o Ozzy em um canil bom. Porque tem que ser de um canil responsável que não maltrate as matrizes. Conseguimos, aí compramos o Ozzy. Hoje ele está com uma ano e meio, vai fazer dois anos em outubro. Está naquela faze bem criançona, bem agitada”, ressalta ela.

Com as postagens de fotos, reels, story, os perfis de Ozzy foram crescendo e hoje ele possui cerca de 24 mil seguidores no Instagram e 55 mil no Tik Tok.”Comecei a postar as trends, as dancinhas, imagens dele filhote, fora os stories e fotos diárias. Teve uma época que postei por três meses vídeos todos os dias no Tik Tok. Aí isso foi crescendo, porque ele é um cachorro lindo. Ainda filhote, todo mundo queria acompanhar. Teve um vídeo que ‘bombou’ e teve mais de 1 milhão de visualizações, primeiro dele no Instagram, daí em diante foi só crescendo. No Tik Tok, também, um vídeo viralizou e começou a ganhar seguidores”, lembra. Veja um desses vídeos:

Com o crescimento dos perfis, começaram a chegar os famosos ‘recebidos’ e empresas começaram a procurar o casal. Ozzy tem parceria com uma rede de pet shop, plano de saúde pet, entre outros. Apesar desse crescimento, as postagens são um hobbie. Laura é compradora de uma empresa e Ramiris trabalha no almoxarifado. Por isso, atualmente, com menos tempo para se dedicar às redes sociais, as postagens são limitadas.

“Estamos postando mais quando faz um passeio legal no final de semana. Aí bate fotos legais. Já tivemos um auge de vários recebidos, de pessoas tentando entrar em contato com a gente para mandar coisas, para divulgar. Empresas da região e de renome como uma de bandana, caminha pet, não vou lembrar de todas. Mas teve um ótimo retorno para eles. Atualização sempre foi um hobbie mesmo, porque eu gosto de filmar as ‘bobiças’ dele e fazer foto. Porque dá vontade de esmagar todo dia”, explica ela.

Moradores do bairro São Simão, todos os dias eles levam Ozzy para passear pela manhã. “Moramos em uma casa, aí ele fica no pátio durante o dia quando estamos trabalhando. As crianças jogam a bolinha para ele pegar, ele pega e leva até elas pela grade. Por isso pela manhã levamos ele para passear todos os dias, até sábado e domingo. Se não levamos ele já faz manha, para chamar atenção”, destaca ela. “Ele é nossa alegria. Praticamente o que motiva a gente. Chegamos em casa e ele tá feliz da vida em receber a gente. É uma alegria. Mesmo fazendo as bagunças dele a felicidade de tê-lo é maior que isso. É muito bom ter um companheiro para fazer as viagens, os passeios”, finaliza ela. Veja o perfil de Ozzy: 

 

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Na busca da cura, a criação de uma cãomunidade no Brasil

Foi a busca para a cura de um problema de saúde de Charlotte, que motivou o engenheiro civil criciumense, Gabriel da Rosa Gonçalves, 29 anos, a conhecer o mundo dos ‘dogs influencers’. Quando adotou a Golden Retriever em 2018 do dono de um hospital veterinário de Criciúma, ele estava ciente que ela possuía incontinência urinária. Porém não sabia os desafios que iria enfrentar.

“Ela ficava muito tempo fechada no hospital, a minha prima trabalhava lá e questionou se não queria adotar ela. Eu sabia que era um problema. Não sabíamos se era possível a gente resolver esse problema. Então em junho adotei ela. Veio com cinco para seis meses. A partir daí viemos tentando resolver. Até hoje ela tem esse problema”, destaca.

Logo quando adotou, Gabriel começou a procurar nas redes sociais e na internet algum cachorro que pudesse ter o mesmo problema que Charlotte e encontrou um ‘mar’ de perfis. “Não sabia que era tão grande assim a quantidade de perfis no Instagram , mas comecei a procurar para ver se encontrava outras pessoas que tinham esse problema. A partir daí, e, também, para eu não ficar postando foto direto no meu perfil, porque o pessoal poderia começar a deixar de seguir, criei um perfil para ela. Para deixar as fotos e vídeos guardados. Postávamos muita coisa, hoje até demos uma parada”, lembra ele.

Através da busca de respostas sobre o que causava a incontinência urinária em Charlotte, ele encontrou um perfil chamado Golden Retriever Brasil. “Como gostava de mexer com design, a criadora do perfil o convidou para colaborar. “Na época tinha um a dois mil seguidores. Aí começamos a crescer e ter um boom. Começamos a criar um negócio de membros. Para tu poder entrar no grupos (whatsapp) tem que ser membro da página. Não paga nada e tal”, comenta ele.

Hoje a página já conta com mais de 45 mil seguidores e três mil membros. São quatro grupos de whatsapp em que os donos de Golden do Brasil  podem trocar experiências e se comunicar. Em uma verdadeira cãomunidade. “Hoje temos de 3 a 4 mil Goldens inscritos. É muito grande. Ainda é uma pequena parcela do que realmente tem. Muita gente segue a página e não sabe que pode ser membro. Foi aí que o pessoal começou a seguir a Charlotte, para ver quem era a ‘dona’ da página e começou a crescer”, lembra ele. Atualmente, o perfil de Charlotte possui mais de 10 mil seguidores.

Através da Golden Retriever Brasil, uma comunidade se criou em todo o país. Dicas de cupons de desconto e até de saúde são compartilhadas na página que já teve uma veterinária como um dos administradores. Por isso, das dúvidas, surgiu um site na internet com artigos sobre diversas situações vividas por donos de Goldens.

“Buscamos coisas para compartilhar com as pessoas e, principalmente, experiências. Muita gente nova que adota ou compra um Golden já chega direto no grupo querendo fazer parte. Porque quer saber como vai fazer para adestrar, qual o melhor alimento, medicamento, suplemento, muita coisa. O grupo ajuda bastante esse pessoal novato, até mesmo ajuda a escolher o canil onde comprar porque são vários estados, no Brasil inteiro, sabemos o canil em cada estado que deve comprar”, explica ele.

Morando atualmente em uma chácara no bairro Universitário em Criciúma, Gabriel e a noiva, Bruna Just Meller, cuidam de Charlotte como “uma filha, mas que não vai fazer faculdade”, brinca o engenheiro. Através da página ele conta que já teve diversas parcerias com empresas pets e recebidos. Porém, com a mudança de emprego e volta do trabalho presencial o tempo está curto para seguir ‘alimentando’ os perfis.

“Desde o início tenho parceria com a SOS Hospital Veterinário, ela veio dele que é uma espécie de cotutor. Parceria com desconto em ração, vacinas, entre outros. Através da pagina tivemos parceria com loja de brinquedos, box de brinquedos e petiscos, marca de coleiras que ganhávamos uma comissão por vendas, outra de tapete higiênico que nos auxiliou muito com tapete lavável. Imagina, gastávamos um tapete a cada turno”, ressalta ele.

Com quatro anos de idade, Charlotte já passou por cerca de seis cirurgias. Além da insuficiência urinária, quando tinha 1 ano ela começou a mancar. Após um Raio-X foi descoberto que ela possuía displasia. A cachorra teve que passar por um procedimento e colocar uma placa de metal para corrigir na patinha o problema. Quanto à causa da insuficiência urinária ela já foi descoberta, porém, mesmo com as cirurgias ela ainda segue com problema que foi amenizado.

“O rim esquerdo, dela, também  não existe. Ela tem diversos problemas, mas está aí firme e forte. Nem parece que tem. Problema da incontinência se tivesse descoberto o motivo quando ela ainda estava no canil, talvez melhorasse. Mas antes ela deitava o xixi passava e ela ficava toda molhada. Hoje são gotas. Eu ensinei ela a dormir embaixo da mesa, aí colocamos um paninho que acaba absorvendo e não molha o pelo”, explica. “Esperamos que ela viva bastante e sem dor”, almeja. Veja o perfil de Charlotte:

 

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