Pesca de tainha com rede anilhada inicia nesta segunda-feira
Cota de captura definida para este ano é de 460 toneladas para a modalidade
Em Laguna, 14 embarcações estão autorizadas para a pesca da tainha com rede anilhada. Os pescadores receberam a autorização do Ministério da Pesca que iniciou nesta segunda-feira, dia 15, e segue até dia 31 de julho.
A cota de captura definida para este ano é de 460 toneladas para a modalidade de emalhe anilhado e de zero tonelada para a modalidade de cerco/traineira (industrial).
Os pescadores também receberam pastas contendo a planilha para preenchimento do mapa de bordo. A safra está sendo esperada pelos pescadores artesanais que estão fazendo seus últimos reparos nas redes e embarcações.
Com a possibilidade da chegada do vento Sul, a expectativa é que nesta segunda-feira, 15, possa estar aparecendo as tainhas nas redes. Além disso, a Secretaria de Pesca e Agricultura (Sepagri) vai acompanhar toda a safra da tainha, auxiliando os pescadores no que for necessário, como no preenchimento do mapa de bordo, Cadastro Técnico Federal e nota do produtor.
No encontro, realizado na última semana, além dos profissionais da pesca, estavam presentes o prefeito Samir Ahmad; secretário executivo de Aquicultura e Pesca do estado, Tiago Bolan Frigo; secretário de Pesca e Agricultura do município, Dener Vieira; vereador Hirã Floriano, representante da Câmara de Vereadores, Uapi, Sindipesca, comissão de pesca da Alesc e população.
A Sepagri divulgou recentemente nota oficial sobre a apresentação de um parecer técnico contrário à posição atual do ministério, que tem prejudicado a tradicional pesca da tainha. O Secretário de Pesca e Agricultura (Sepagri), Dener Vieira, destacou o impacto econômico e na renda familiar dos pescadores devido à redução da cota de pesca da tainha, uma das pescarias mais importantes das regiões Sul e Sudeste, garantindo trabalho, renda e segurança alimentar para milhares de famílias.
A pasta argumenta que a Portaria Interministerial MPA/MMA nº 1, de 28 de fevereiro de 2023, precisa ser revista, pois a cota definida para este ano é de aproximadamente 32% do valor total definido no ano anterior. Em 2022, foram utilizados apenas 88,36% da cota coletiva disponível para essa modalidade de pesca. A justificativa da portaria para a redução de 68% da cota total de captura da tainha foi baseada em dados autodeclaratórios da pesca ocorrida dentro da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, sem uma avaliação criteriosa.
A cota de pesca da tainha ficou inferior à dos anos anteriores, e do ponto de vista técnico e econômico-social, há a necessidade de realizar a revisão dessa portaria. A secretaria sugere que o patamar de captura seja igual ao da safra do ano passado, já que a avaliação de estoques é a mesma.
Pesca artesanal da tainha
A pesca artesanal da tainha é uma atividade secular no Sul e no Sudeste do país. Sempre feita no inverno, época em que os peixes migram da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, mais precisamente da Lagoa dos Patos, para o norte do país.
Além de fonte de renda, a pesca da tainha também é uma tradição cultural esperada por diversas comunidades do litoral que preparam e reformam seus ranchos já no começo do outono.