Obras do Plano 1000 irão passar por auditoria
Jorginho Mello busca uma saída política mais justa possível para finalizar as obras iniciadas pelo Plano 1000 / Foto: Bruno Collaço/ALESC
O governador Jorginho Mello (PL) vem sendo cobrado sobre a continuidade ou não do Plano 1000, implantado pelo governo anterior. Ainda em campanha firmou compromisso de avaliar o prosseguimento. Depois que o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina – TCE-SC alertou a Assembleia Legislativa sobre o risco de inconstitucionalidade e fragilização do controle dos recursos públicos do Plano, tudo parou. Mas o assunto nunca saiu da pauta do atual governo. Agora, por intermédio da Controladoria-Geral do Estado (CGE), fará auditoria in loco para verificar a regularidade de obras realizadas com recursos estaduais transferidos aos municípios por meio do Plano 1000. Os trabalhos começam nesta semana e terão como foco construções e reformas de edificações que já receberam valores superiores a R$ 3 milhões do Estado. Ao todo serão visitados 24 municípios de diferentes regiões de Santa Catarina. As obras que serão inspecionadas totalizam R$ 108,8 milhões em transferências especiais.
Auditoria em dois momentos
O Governo informa que a auditoria será feita em dois momentos. Num primeiro, junto às prefeituras, os auditores irão verificar a legalidade dos processos e a adequação orçamentária. Assim, se tudo estiver de acordo, poderão ainda analisar se há recursos para a conclusão dos trabalhos. Num segundo momento farão a inspeção das obras para averiguar a efetividade dos investimentos. Caso encontrem eventuais problemas, vão procurar corrigir as falhas e levar adiante o compromisso de conclusão dos processos.
O Plano 1000
Implantado pelo então governador Carlos Moisés (Republicanos), o plano 1000, previa investimentos de R$ 7,3 bilhões para a realização de obras estruturantes em todos os municípios de Santa Catarina. Logo na primeira etapa, a intenção era contemplar as 70 maiores cidades, porém, deveria chegar a todas os 295 municípios do Estado. Pela ideia do Plano, a proposta era investir R$ 1 mil por habitante em obras que impactassem de forma positiva a qualidade de vida das pessoas. Para Carlos Moisés, a forma do projeto reforçaria o caráter municipalista da gestão de seu governo. Teoricamente, uma ideia que daria vigor ao governo, e que também fortaleceria interesses eleitorais. Era clara a intenção de busca de favorecimento. Pois, o Plano, integral, previa investimentos à frente, nos quatro seguintes, num pretenso novo governo.
Novo formato
A CGE, em conjunto com a Secretaria da Fazenda, elaborou o novo decreto que estabelece regras para liberação das transferências especiais apresentadas e aprovadas em 2021 e 2022, publicado no Diário Oficial de 31 de março de 2023. Os repasses serão condicionados à celebração de convênios, garantindo mais controle e transparência e atendendo recomendações do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da própria CGE. Após a celebração dos convênios que vão pagar os saldos das transferências especiais, a execução por parte dos municípios poderá ser acompanhada pelo portal www.sctransferencias.sc.gov.br.
Decisão política
Por fim, o governo de Jorginho Mello procurou se precaver diante do Plano municipalista. Antes de simplesmente dar continuidade, buscou orientação técnica. Ao saber da inconstitucionalidade, paralisou o andamento, mas sem deixar de buscar nova alternativa para a viabilidade, e não deixar, pelo menos, as obras começadas em diversos municípios, paradas, e sem solução. Portanto, a etapa das auditorias, vem justamente para entender em cada uma das obras iniciadas, como está o processo, e como poderá dar a elas a continuidade, sem ferir o processo legal. Os prefeitos, obviamente, vão ter de ser colaborativos com a auditoria, caso queiram ver a possibilidade de terem novamente a retomada das as obras já iniciadas.
PGE abre processo criminal contra deputado Jerry
A Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), através do seu procurador Antônio Augusto Aras, encaminhou oficio à deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), informando sobre a representação da Procuradora Raquel Branquinho Nascimento, coordenadora do grupo de trabalho especializado em violência política de gênero, para a PGR adotar providências sobre a conduta do deputado Márcio Jerry (PCdoB). De acordo com o documento, o deputado será investigado e poderá responder pelo crime de assédio previsto no artigo 326-B do Código Eleitoral. Além disso, a parlamentar também informa que, diante das recentes falas do deputado Jerry a acusando de ser criminosa e de praticar denunciação caluniosa e manipular imagens, já está providenciando com a equipe jurídica para processá-lo criminalmente e civilmente.
Pontos…
- Ainda não se tem notícias sobre a solicitação de Santa Catarina, feita ao Ministério da Agricultura e Pecuária, sobre a retirada da maçã da pauta de negociações para importações do país com a China. O pedido tenta evitar prejuízo social e econômico aos produtores e também risco de novas pragas no cultivo das macieiras em SC;
- Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) avisou na tarde deste domingo, 16, que deixará de comandar as redes sociais de seu pai, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Em tom de desabafo, o vereador do Rio de Janeiro não deu prazo para deixar a função, mas disparou críticas por “ser tratado de modo que nem um rato mereceria”;
- Passados os 100 dias de governo e ainda não se tem um titular para ocupar a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina. O ataque à creche em Blumenau acelerou o processo de escolha de um nome para a Pasta, que poderá advir do MPSC. A expectativa é de que ainda nesta semana, ocorra a nomeação.