Pastor que teria abusado sexualmente de fiéis em Criciúma tem prisão temporária convertida em preventiva
A denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) contra um pastor evangélico de Criciúma por uma série de supostos crimes sexuais contra fiéis foi recebida pela Justiça nessa segunda-feira, 24. Com isso, o acusado, que também teve a prisão provisória convertida em prisão preventiva, torna-se réu em ação penal.
De acordo com a denúncia apresentada pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, o pastor aproveitava-se da condição de vulnerabilidade psicológica e física das vítimas, dizendo incorporar ou estabelecer contato com entidades em rituais particulares denominados de “montes com o anjo”.
Para isso, mudava o olhar, o tom de voz, a forma de caminhar, de modo a fazer com que as ofendidas acreditassem estar em contato com a citada espiritual e recebessem bençãos e curas por meio de atos sexuais.
As investigações apontaram que, no decorrer do ano de 2018 até março de 2020, o denunciado no intuito de satisfazer sua lascívia, teria atentado contra a liberdade sexual de cinco vítimas, em pelo menos 20 oportunidades, tendo inclusive filmado alguns dos abusos.
Para o Promotor de Justiça André Ghiggi Caetano da Silva, que não descarta a possibilidade de haver mais vítimas, o réu teria praticado os crimes de estupro, registro não autorizado da intimidade sexual e violação sexual mediante fraude.
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“Acreditamos que existem mais vítimas porque o réu realizou encontros denominados “Montes com o Anjo” em Criciúma e cidades vizinhas da comarca, aos quais compareciam diversas pessoas em busca de curas e orações. O acusado ficava em um local isolado, geralmente um quarto escuro ou uma tenda, quando os encontros aconteciam em matas, e recebia as vítimas sozinhas para sessões espirituais. Nesses momentos, ele praticava os abusos, muitas vezes ministrando óleos para unções, após solicitar que se despissem. Há indícios que ele praticara crimes na região da grande Florianópolis, em um lugar denominado pelos fiéis de “Grand Canyon”, ainda não identificado, ao que tudo indica, entre Santo Amaro da Imperatriz e Rancho Queimado. Eventuais vítimas desses crimes podem procurar as Delegacias de Polícia e o Ministério Público por meio dos telefones disponibilizados na internet”, alerta o Promotor de Justiça.
Agora, com o curso da ação penal, o réu poderá exercer amplamente seu direito à defesa a ao contraditório.