Órgãos discutem resgate ou eutanásia de baleia encalhada em Jaguaruna
Baleia jubarte está encalhada desde desta quarta-feira, dia 5, em Balneário Esplanada em Jaguaruna
Desde ontem, a baleia Jubarte segue encalhada na praia de Balneário Esplanada em Jaguaruna. O caso tem comovido a população que mora nas proximidades. Diversas pessoas estão tentando ajudar no resgate, mas ele não foi possível até o momento. O principal motivo é a maré baixa.
Quando a baleia encalhou, na manhã dessa quarta-feira, dia 5, ela ainda estava parcialmente dentro da água. Mas com a baixa do nível da maré, o animal acabou enterrando na areia. Na manhã desta quinta-feira, dia 6, veterinários da Udesc que compõe o protocolo de Encalhes da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF) avaliaram novamente o estado de saúde do animal.
“Fizemos a tentativa de desencalhe, mas ela foi reduzindo a atividade corporal como a movimentação e respiração. A baleia está bem mais prostrada, ontem estava mais ativa”, explicou a veterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Gabriela Cristine de Souza.
O animal está sendo monitorado pelas equipes responsáveis para verificar se será realizado o desencalhe ou a eutanásia. “Estamos acompanhando o animal desde ontem e avaliando. Monitoramos a frequência respiratória e realizamos algumas coletas para depois avaliar se tem alguma infecção”, ressaltou a veterinária.
Tentativa de desencalhe
Ainda ontem, as equipes responsáveis e a população tentaram desencalhar a baleia. Mas, segundo o tenente do Corpo de Bombeiros de Tubarão, Greison Rocha Bittencourt, a falta de pessoas para auxiliar dificultou o resgate. “Chegou um ponto que as pessoas cansam, pois o animal é pesado, e a maré começou a secar. Encerramos pois não tinha muita gente pra revezar, tinha que ter umas 40 pessoas pra fazer a tração de forma efetiva”, explicou o tenente.
Agora, será avaliado a situação climática e o nível da maré durante esta quinta-feira, dia 6. Segundo o tenente, por volta das 14 horas, que é o pico máximo da maré alta, os órgãos responsáveis vão avaliar. Caso seja decidido pelo resgate da baleia, o Corpo de Bombeiro montará uma ação para o desencalhe.
“Se decidirmos pelo resgate, a ação possível que vou coordenar, vai ser: agora na maré seca, abrir a cava, como se fosse um trilho para a parte mais funda. Pra quando voltar a encher a maré, a gente fazer a tração para levar o animal para dentro da água. A expectativa da população e nossa é conseguir fazer o resgate a qualquer custo”, ressaltou o tenente.
Ainda segundo Rocha, o resgate depende da decisão técnica da equipe de desencalhe. “Não podemos optar pelo resgate, estressar o animal, proporcional dor e esse resgate não ser efetivo”, frisou.
Por que a baleia encalhou?
A causa que provocou o encalhe da baleia Jubarte ainda não foi identificada. A veterinária da Udesc explica que esse tipo de animal geralmente encalha por algum ferimento, que traz ele para a costa.
“Um animal desse exemplar sempre encalha com alguma enfermidade. Não conseguimos ainda descobrir a causa, mas pode ser que seja um fruto de um emalhe que debilitou o animal e trouxe para a costa”, explicou a veterinária. A baleia possui ferimentos em uma das nadadeiras.
O protocolo de encalhe de baleia é formado pela APA da Baleia Franca/ICMBio, Instituto Australis, Associação R3 Animal, UDESC, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, da UNESC, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e a Policia Militar Ambiental.
Vídeo: Lucas Colombo/Portal Litoral Sul
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