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Orçamento secreto expõe políticos de SC

Motivo de um inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, as emendas do relator responsável pela produção do Orçamento da União no Congresso Nacional, concedidas a parlamentares pelo critério de proximidade com o comando da Câmara e do Senado, que receberam a alcunha de “Orçamento Secreto”, causam arrepios na maioria dos parlamentares, entre os catarinenses não é diferente.

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O senadores Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP), ambos pré-candidatos ao governo, aparecem na lista como responsáveis por destinar R$ 100 milhões em emendas, feitas via ministérios.

O outro senador pelo Estado, Dário Berger (PSB), igualmente pré-candidato ao governo, informou que não indicou emendas nessa modalidade.

Presidente do Congresso, o senador Rogério Pacheco (PSD-MG) solicitou que os parlamentares repassassem as informações dos últimos dois anos após os relatores das peças orçamentárias de 2021 e 2022 afirmarem que não guardavam esses registros.

A coluna solicitou um posicionamento a Jorginho apontado entre os que mais fizeram uso da modalidade, mais de R$ 64 milhões destinados dos ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Regional, e Saúde, mas não obteve retorno.

Já Amin, que destinou mais de R$ 36 milhões, apenas do Ministério da Saúde, informou, via assessoria, que não se manifestará sobre o assunto, mas explicou a destinação em dois ofícios enviados à presidência do Congresso.
De acordo com os dados, o valor foi proveniente do Ministério da Saúde e todo pago diretamente aos beneficiários do Fundo Nacional de Saúde, real origem dos recursos.

As emendas destinadas por Amin também foram para os fundos municipais de Saúde de 74 municípios catarinenses e para o Fundo Estadual da Saúde, contemplado com duas propostas.

É só o começo

Se no Senado, com um número menor de integrantes, parlamentares que representam as unidades da federação, o assunto esquenta orelhas e biografias, na Câmara a puxada da tarrafa provocará mais arranhões políticos.Os dados estão sendo divulgados aos poucos, conforme os relatórios dos gabinetes aterrissam no Supremo, que não seriam considerados espúrios se constassem, por exemplo, entre as emendas impositivas.

O que atrapalha o entendimento é a maneira como os valores acabam chegando a deputados federais e senadores, via um quesito único: ser amigo do rei.

Em dezembro passado, levantamentos independentes, já mostravam que pelo menos 290 deputados e senadores foram aquinhoados com R$ 3,2 bilhões, nos últimos dois anos, todos integrantes da base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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