O invisível não significa que não existe
Vivemos no mundo da tangibilidade, dos dados, números, fatos, e claro, para o mundo corporativo isso é imprescindível. Parece que quanto mais lógicos, analíticos, formais e previsíveis somos, mais nos valorizam.
Mas a questão é: quantas questões invisíveis existem por trás dos dados e números? Quando me refiro à invisibilidade, faço referência aquilo que não é possível ser captado pelo sentido da visão, porém, existe dentro de cada ser humano, empresa e família.
Existem pessoas invisíveis, em cargos ou papéis invisíveis, existem sentimentos invisíveis.
A “invisibilidade pública”, ou seja, uma percepção humana entrópica e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
O cerne é se a invisibilidade se dá pela ausência de dados ou de valores?
Tudo leva a crer que a invisibilidade se concretiza pela ausência de sermos empáticos e menos egoístas. De olharmos e falarmos para o outro, não do outro.
Isso serve também para as questões sociais como a corrupção e a violência. Recentemente, as pessoas se comoveram com o caso de uma menina de 10 anos, estuprada, abusada e que sofreu anos na mão de um abusador, mas muitos estavam preocupados e querendo decidir algo sobre sua vida, deve-se ou não ter o filho fruto do estupro (o tangível), e não, essa não é a questão.
A questão é o invisível, a causa (o que não vemos), e não o efeito – nesse caso, o filho gerado (o fato). O caso é a dor, a falta de entendimento, a imposição de regras, o impacto, a repugnância, e tudo o que não podemos dimensionar e medir, e que existe dentro de cada ser que vive diariamente os dilemas da vida real – às vezes, bizarra.
Mas o que é ser visível?
Ser visível é ser lembrado com apreço, é ser importante para alguém, é existir de verdade, independentemente se você é o Diretor ou o Operador.
Ser visível é ser rígido com o erro e generoso com quem erra.
Ser visível é expor para as pessoas o que existe dentro de você e ninguém vê. Se tornar visível é também uma escolha.
Pense nisso!