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Novo Cangaço: relembre mega-assalto ao Banco do Brasil em Criciúma

Noite de terror completa um ano nesta terça-feira, dia 30

O mega-assalto da tesouraria regional do Banco do Brasil em Criciúma, completa nesta terça-feira, dia 30, um ano. A ação dos criminosos começou no final da noite do dia 30 e foi até o meio da madrugada de 1° de dezembro de 2020. De acordo com as autoridades, R$ 125 milhões foram levados pelos criminosos, sendo o maior assalto da história de Santa Catarina.

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Por volta de 23h45min, do dia 30 de novembro, iniciou a ação criminosa. Os bandidos entraram na cidade pela Via Rápida e o primeiro alvo foi o 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM).

Foram disparados diversos tiros com fuzis de grosso calibre em direção ao Batalhão. Os criminosos atearam fogo em um caminhão em frente ao portão principal de entrada com o objetivo de bloquear a saída e intimidar os policiais, e incendiaram um caminhão no Morro do Formigão, em Tubarão, para tentar impedir que reforços chegassem até o local do assalto. Os criminosos também colocaram um artefato explosivo no portal do Batalhão.

Criminosos incendeiam caminhão em frente ao Batalhão da Polícia Militar – Foto: Marcelo De Bona/Arquivo
Diversos disparados com fuzis de grosso calibre foram realizados em direção ao Batalhão – Foto: Marcelo De Bona/Arquivo

“Neste momento iniciou a mobilização dos policiais que estavam em casa para ajudar os companheiros que estavam em serviço. Começamos a organizar para solicitar reforços para Florianópolis, do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Batalhão de Choque e de unidades próximos ao Batalhões como Araranguá, Içara e Tubarão”, explica o comandante da 6ª Região da Polícia Militar, coronel Cristian Dimitri, na época do assalto comandava o do 9º Batalhão da Polícia Militar (9º BPM).

O ataque ao Batalhão da Polícia Militar levou cerca de dois minutos. Quando os criminosos se deslocavam em comboio com dez veículos para o Banco do Brasil, encontraram uma viatura da Polícia Militar (PM) em frente ao Hotel Ibis (apenas referência). Eram cinco policiais, três do Pelotão de Patrulhamento Tático e dois da Rádio Patrulha.

“Eles conseguiam ouvir os disparos, mas não conseguiam ver quantos eram e as características dos carros. Quando os policiais começaram o seu deslocamento a pé, foram surpreendidos pela chegada desse comboio. Os nove primeiros veículos passaram com janelas fechadas, depois foi saber que eram veículos blindados. Os ocupantes do último carro do comboio, que não era blindado, atiraram contra os policiais. Houve uma pronta resposta dos nossos policiais, contra atacando fogo nesse veículo”, conta o comandante.

Segundo Cristian Dimitri, os policiais acertaram de 60 a 80 disparos na caminhonete dos criminosos, uma Mitsubishi L200 Triton, única dos nove que não era blindada. Após foi encontrado vestígios de sangue, deixando um criminoso ferido.

No confronto, o soldado Jefferson Luiz Esmeraldino, posteriormente promovido a cabo por ato de bravura, foi atingido por um disparo na região do abdômen. Ele passou por três cirurgias, precisou de doações de sangue e, após 65 dias internado, segue tratamento domiciliar.

Acompanhe abaixo imagens do momento que colegas socorrem o Soldado Esmeraldino:

Os ataques no Centro iniciaram por volta da meia-noite. Bandidos cercaram a região central em pontos específicos e iniciaram disparos de fuzis sem alvo definido. Os tiros atingiram vitrines de lojas, apartamentos e iluminação pública. Um veículo que não obedeceu a ordem de parada dos bandidos, também foi atingido.

Tiros atingiram vitrines de lojas, apartamentos e iluminação pública – Foto: Lucas Colombo
Tiros atingiram vitrines de lojas, apartamentos e iluminação pública – Foto: Lucas Colombo
Tiros atingiram vitrines de lojas, apartamentos e iluminação pública – Foto: Lucas Colombo
Iluminação pública é danificada – Foto: Lucas Colombo

Trabalhadores são feitos de reféns

Cerca de seis funcionários do Departamento de Trânsito e Transporte (DTT) de Criciúma que estavam trabalhando na região central, pintando as faixas de sinalização da via, foram feitos de reféns pelos criminosos, uma espécie de “escudo humano”. Eles foram obrigados a tirar suas camisetas e ficar sentados no chão. Alguns foram obrigados a ajudar os bandidos a carregar os valores roubados.

Trabalhadores foram feitas reféns – Foto: Divulgação

Delegado reagiu e atirou nos criminosos

Após um dia de trabalho, o delegado da Polícia Civil Márcio Campos Neves já se preparava para dormir quando ouviu os primeiros disparos. Morador do centro de Criciúma, o delegado foi até a janela e viu uma pessoa vestida com roupas militares e com uma arma longa. Depois de quase uma hora, os assaltantes voltaram para a frente do prédio de Neves e tiveram uma surpresa. “Quando eles voltaram eu analisei bem a situação e efetuei dois disparos com a minha arma. Pelo menos um tiro atingiu um indivíduo no quadril”, completou.

Bandidos fogem com o valor

Por volta de 1h45min do dia primeiro de dezembro, uma grande explosão é ouvida, momento em que os bandidos conseguem explodir o cofre do Banco do Brasil. Segundo autoridades, o valor roubado foi de R$ 125 milhões. Existe a suspeita de que um assaltante foi ferido no momento da explosão.

Na fuga, eles deixaram cerca de R$ 300 mil espalhados pelas ruas das proximidades do banco. Quatro suspeitos foram presos na noite do crime em um apartamento com duas malas de dinheiro, somando a quantia de R$ 810 mil. Os homens afirmam que o valor foi deixado pelos assaltantes, sendo encontrado por eles.

Durante esta semana, o Portal Litoral Sul irá realizar uma série de reportagens de um ano do assalto, relembrando a história e o resultado das investigações até o momento.

Por: Caroline Sartori e Edson Padoin

Confira imagens após o assalto ao Banco do Brasil:

Foto: Arquivo
Foto: Lucas Colombo
Foto: Lucas Colombo
Foto: Lucas Colombo
Foto: Lucas Colombo
Foto: Lucas Colombo
Foto: Lucas Colombo

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