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Nícola Martins: Vencer perdendo, perder ganhando: política não é ciência exata

Passada a euforia pós eleição, é hora de lembrar que política não é ciência exata e muitas vezes o resultado das urnas pode não representar o que o candidato realmente pretendia. Assim como uma matriz (e com o perdão gramatical), há aqueles que ganham ganhando, perdem perdendo, ganham perdendo e perdem ganhando. É uma ciência nada exata, mesmo.

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Vencer e perder é algo muito mais fácil de se reconhecer, difícil é a compreensão entre ganhar perdendo e perder ganhando. Vamos a um exemplo. Vencer o prefeito Clésio Salvaro nesta eleição era uma missão bastante difícil, portanto, ficar em segundo lugar fazendo boa votação é um bom exemplo de ganhar mesmo perdendo, porque você mostra potencial eleitoral. Há aqueles que venceram eleição para vereador, mas perderam muita votação, ou seja, perderam mesmo que ganhando.

Para a ciência política e para a análise política local, essa compreensão é bastante importante. E para pensar no futuro da Câmara de Vereadores e do Executivo também. Existem candidatos a vereador que não conquistaram uma cadeira no Legislativo por conta do complicado cálculo de quociente partidário, mas demonstraram força política para continuar atuando na vida pública, seja em cargos estratégicos ou em espaços de demonstração de força política fora de Executivo e Legislativo.

Esses espaços, diga-se de passagem, se tornam cada vez mais importantes na construção política local. A sociedade civil organizada, quando realmente organizada, é espaço de construção de políticas públicas importante ao desenvolvimento da cidade. Associações de moradores, associações empresariais, patronais e de trabalhadores, grupos de voluntariado, grupos universitários e de estudos. Tudo isso, bem alinhado a uma comunicação eficaz e bem construída pode resultar em bom trabalho de propagação de ideias que pode culminar em um espaço legislativo.

Àqueles que gostam da vida pública e querem enfrentar a urna ou àqueles que enfrentaram neste ano cabe, neste momento, analisar o resultado, fazer reflexão e estudo profundo do que foi apresentado pelo eleitor para desde já planejar as ações. Mas, nunca deve esquecer que o resultado de vencer ou perder pode ser bastante relativo.

Nícola Martins – Administrador Público e Jornalista, com especialização em Gestão de Municípios e Jornalismo Político

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