Sentado na beira de calçadas no Centro de Criciúma, Paulo César Rosa, popularmente conhecido como Seu Moraes, de 65 anos, usa o seu talento para entalhar nomes em madeiras há 45 anos. Os dedos calejados. que carregam muitas histórias, sentimentos e anos de dedicação, transformam o material bruto em chaveiros personalizados.
Pela qualidade, o trabalho parece ser realizado por uma máquina. Mas, o que chama a atenção, é que Seu Moraes, pacientemente, esculpe letra por letra, manualmente e leva cerca de 15 minutos para deixar um chaveiro pronto.
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O talento foi herdado de seu pai, que tirava das vendas dos chaveiros, o sustento para a família. “Quando comecei a fazer, tinha 12 anos. Aprendi com meu pai, ele trabalhou muito tempo com isso e acabei aprendendo. Acompanhava ele nas vendas, observava como ele fazia e aprendi. Com 20 anos, fiquei independente, me dediquei e comecei a fazer e vender”, explica Seu Moraes.
Desde a madeira que é utilizada para confeccionar os chaveiros, até a tintura final, tudo é preparado por ele. O intuito é garantir a qualidade e preservar a história que ele carrega.
“Tudo é feito por mim. Eu compro a madeira, mando cortar no tamanho que preciso, compro os outros materiais que utilizo. Muitas pessoas não dão nem bola para isso. Acham que é simplesmente um chaveirinho de madeira com um nome. Mas, esquecem quem em cima dele, tem o meu sentimento, dedicação e história”, relata.
Recompensa
Sua maior recompensa é saber que um dia o seu trabalho marcou a história de alguém, desconhecido por ele. “Fico muito feliz quando as pessoas compram o chaveiro e dão valor ao meu trabalho. Certo dia, uma moça veio comprar um chaveiro e contou que, em sua infância, tinha um igual a esse que comprou de mim. Isso que me motiva”, conta com alegria.
Sem aposentadoria, Moraes tira das vendas o sustento para a sua casa. Ele realiza as vendas na cidade em que reside, em Balneário Arroio do Silva, e alguns dias da semana produz e comercializa seu material no Centro de Criciúma, na rua Coronel Pedro Benedet. “Vendo para sobreviver. Mas faço da melhor maneira possível, com o meu coração. Coloco meu sentimento em cima do meu trabalho”, explica Moraes.