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Mesmo com recentes chuvas, rizicultores do Sul estão otimistas com a safra

As colheitadeiras de arroz estão nas lavouras de toda a região

É o momento de preparar as máquinas e partir para a lavoura de arroz. No Sul de Santa Catarina, a colheita está no auge, só que com os campos molhados não é possível realizar o trabalho, por isso é o sol dar as caras que o pessoal corre para trabalhar.

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No extremo Sul, as gigantes colhedoras automotrizes, dotadas de barra de corte de até 6 metros de largura que realizam, em sequência, as operações de corte, recolhimento, trilha e limpeza, podem ser vistas de longe. O produtor José Brovedan, está otimista com a safra deste ano. “Nossa expectativa é boa, em 2021 a safra foi recorde, mas esse ano a gente vê que também vai ser boa”, fala animado.

Produtor José Brovedan e o engenheiro agrônomo, Reginaldo Ghelere estão otimistas

Brovedan tem 40 hectares do grão plantados, e é só sorrisos quando observa as plantas no campo durante a colheita. “Os grãos estão bem cheios, bem nutridos. A gente vê quando carrega o caminhão que o peso está bom”, analisa.

Em 2021, ele colheu 12 mil sacos de 50kg, este ano a produção pode cair um pouquinho, mas os preços estão reagindo e isso vai compensar a queda. “O frio fora de época em dezembro e o calorão dos últimos meses bem no momento da floração prejudicou um pouco, mas nada que possa comprometer a safra”, explica o engenheiro agrônomo da Epagri, Reginaldo Ghelere.

Expectativa é que a saca de arroz de 50 kg, chegue a 80 – 85 reais

A expectativa dos produtores é que a saca de arroz de 50 kg, chegue a 80 – 85 reais, o que deixa todo mundo otimista. “A estimativa é que o Rio Grande do Sul, o maior produtor do Brasil, tenha uma queda de até 11% na produção deste ano, isso faz com que o preço aumente”, diz Ghelere.

Enquanto o preço não é definido, os agricultores continuam a colheita e seguram um pouquinho a venda esperando preços melhores. “Vou esperar, não vou vender a produção agora, mas a gente tem que ficar sempre atento, porque assim como sobe, o preço pode cair também e aí é prejuízo”, conclui Brovedan.

Safra deve ficar na média histórica da região

Juntas, as regiões da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc) e Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), cultivam aproximadamente 80 mil hectares de arroz, ou seja, 54% da área do estado. A informação é do engenheiro agrônomo da Epagri de Araranguá, Douglas Oliveira.

Segundo ele, até o início da colheita era esperada uma queda de 3 a 4 % em relação à safra 20/21, as primeiras lavouras colhidas apresentaram resultados muito bons, entretanto, revela que devido ao excesso de calor do mês de janeiro, que pegou muitas lavouras em estágio de florescimento, fase muito sensível a estes extremos de temperatura, se espera um impacto na produtividade.

“Somado a isso, a série de tempestades dos últimos dias, com chuva intensas, forte vento e por vezes com granizo, diversas lavouras foram impactadas, reforçando ao previsão de queda na produção em relação ao ano passado. Contudo, a safra ainda pode ser considerada boa, devendo ficar ainda na média histórica da região, o que, aliado aos preços em elevação, trazem bom otimismo entre os agricultores. E isso será um compensação importante, pois os custos de produção dessa safra foram muito mais em função do aumento de preço dos insumos, que teve itens quase 200% mais caros em relação à safra anterior”, comenta.

Com relação aos temporais, não há muito o que fazer para se precaver. “O que oriento é, se possível, antecipar a colheita, mesmo com maior umidade e desconto na indústria para a secagem, pois as perdas em caso de granizo podem passar 20% e em casos extremos chegar a 100%. Nesse caso, quanto menos tempo o arroz ficar na lavoura da época das tempestades, melhor”, alerta.

Produtor já se preocupa com a próxima safra

Ainda conforme o engenheiro agrônomo, a preocupação com a próxima safra se dá, devido ao alto custo dos insumos e risco de desabastecimento de alguns produtos, como os fertilizantes, o que poderá comprometer a produtividade. “Por isso, o produtor deve ficar atento e se programar para a venda de seu arroz e também na aquisição de seus insumos”, finaliza.

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