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Menino de Criciúma conhece doador de medula que salvou sua vida

O encontro foi em abril deste ano por videochamada

Uma chance em 100 mil. Essa era a probabilidade de Felipe Rese, na época com dez anos, encontrar um doador de medula óssea compatível, que pudesse lhe dar a chance de viver. A doença foi descoberta no início de 2017, morador de Criciúma, ele precisava do transplante para tratar a leucemia mieloide crônica. Dois anos depois, a família recebeu a notícia de um doador 100% compatível. E ele estava a 59 quilômetros, na cidade de Braço do Norte. Seu nome: Roger Virtuoso de Oliveira.

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O transplante foi realizado no Hospital Nossa Senhora das Graças em Curitiba (PR)e foi um sucesso,  dois anos após doador e receptor se conheceram de forma virtual. O contato foi feito por intermédio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).  “Com o passar do tempo a ansiedade para conhecermos o anjo doador só foi aumentando, até que no dia 20 de abril deste ano, recebi uma ligação do Redome, dizendo que o contato já poderia ser feito”, conta o pai de Felipe, Marcelo Rese.

Neste mesmo dia, por volta das 20h30, Marcelo recebeu uma videochamada de um número desconhecido, atendeu e escutou a seguinte frase: “Você não me conhece, meu nome é Roger e eu sou o doador da medula de seu filho”.

Marcelo recorda que não teve palavras para agradecer. “Coração dispara de emoção e a  felicidade transborda. Conversamos por um tempo e enfim, consegui conhecer por vídeo o rosto do anjo que salvou a vida de meu filho”, disse ele.

“O mais valioso disso tudo é saber que podemos fazer o bem e que um garoto hoje está saudável graças ao gesto de uma doação. Como tenho filhos, imaginei o sofrimento dos pais e desta criança que tem toda uma vida pela frente”, comentou emocionado o doador Roger.

Atualmente Felipe está bem, saudável, tem uma vida praticamente normal, com algumas consultas de rotina. “Devido a pandemia nosso encontro pessoal está adiado. Mas em breve iremos nos conhecer pessoalmente. Agora minhas orações de agradecimento têm rosto, voz e nome, Roger de Oliveira. Sou eternamente grato a sua atitude”, fala Marcelo em tom de agradecimento.

Como tudo começou

O tratamento foi iniciado em Criciúma. Felipe ficou internado no Hospital São José, por aproximadamente três semanas, neste período foram feitos diversos exames e utilizada medicação. O garoto havia reagido bem e com isso, a possibilidade de transplante foi postergada. O tratamento com remédios prosseguiu até meados de 2019, foi quando a família recebeu a notícia de um doador 100% compatível.

“Receber esta notícia é uma sensação extraordinária e que te dá muita confiança que a doença pode ser curada por completo. E ao mesmo tempo nos dava muita aflição, porque não tínhamos detalhes e tampouco experiência com esse tipo de situação”, conta Marcelo.

A oncologista que até então cuidava de Felipe, recomendou fazer consultas com uma equipe médica de Curitiba, nesta época é que ficaram sabendo dos detalhes do transplante. Desde então, o Felipe já não pôde mais participar de aulas presenciais na escola porque ele não poderia obter nenhuma doença paralela a leucemia.

“A ansiedade tomou conta de todos, porque sabíamos da existência de um doador compatível e que em setembro seria a internação para o transplante. Desde o início tínhamos muita vontade de conhecer o anjo doador, mas fomos informados que somente um ano e meio após o transplante teríamos essa oportunidade”, revela o pai.

O dia da internação

Foi no dia 9 de setembro de 2019, a internação no Hospital Nossa Senhora das Graças em Curitiba (PR), para iniciar o processo do transplante. As quimioterapias para receber a medula começaram no dia 17 do mesmo mês e no dia 24, Felipe iria receber a medula do doador.

“Foi um dia especial e de muita emoção, pois víamos diante de nossos olhos a possibilidade de cura total. O transplante transcorreu dentro da normalidade e conforme programado pela equipe médica. Após o transplante o Felipe passou por mais duas sessões de quimioterapia e começamos a contagem para o “dia da pega da medula”. E no dia 11 de outubro de 2019 recebemos a notícia que a “medula pegou”. Essa é uma sensação indescritível, pois neste dia se renovou completamente a felicidade em toda a nossa família”, fala Marcelo.

Cartaz de campanha incentivou Roger na doação

Roger que já é doador de sangue, conta que se interessou e se inscreveu como voluntário no programa de doação de medula óssea, por meio de um cartaz da campanha. Ele fez a coleta de sangue e seus dados foram inseridos no Redome para quem sabe algum dia ser chamado.

“Depois de quase dez anos entraram em contato comigo para saber da possibilidade de eu fazer a doação para uma pessoa que estava precisando e que era compatível comigo. Foi uma grande felicidade. Na hora aceitei. A maioria que recebe hoje é de familiar, mas quando não dá certo por não ser compatível, eles buscam o Redome para ver a possibilidade de um doador”, informa.

Roger só teve informações da pessoa a quem doou depois de seis meses. “Novamente tive informações depois de um ano e quando fez 18 meses, o Redome entrou em contato perguntando se havia interesse em conhecer a pessoa que recebeu a doação. A felicidade foi muito grande. Tanto eu quanto a família ficamos emocionados”, fala.

Já Marcelo diz que deixa como lição de toda essa história é que todos nós precisamos ser mais Roger e nos cadastrarmos para doação de sangue e medula óssea. “Um ato simples e que salva vidas. Muito obrigado Roger pelo seu ato, eternamente grato”, finaliza.

Saiba como ser doador de medula óssea acesse a página do Redome para mais informações.

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