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Mandetta: “brasileiro não sabe se ouve o ministro ou o presidente”

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na noite de ontem (12/04) que espera uma “fala unificada” do governo federal para o combate ao novo coronavírus no país. A declaração ocorreu em entrevista exclusiva para o Fantástico, da TV Globo.

Segundo o ministro, o brasileiro vive em “dubiedade”, porque não sabe se segue as orientações dele ou do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), quanto às medidas de enfrentamento à Covid-19.

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Isso porque Mandetta defende o isolamento social para evitar o pico da infecção no país e o colapso da saúde pública. Bolsonaro, por sua vez, defende o isolamento vertical, quando apenas pessoas dos grupos de maior risco, como idosos e portadores de doenças crônicas, ficam em casa.

Bolsonaro tem dado afirmações reiteradas pedindo que o isolamento social seja relaxado e o comércio reabra para que a economia possa não ser atingida tão duramente. E une as declarações aos atos, como passeios por Brasília, que têm se intensificado nos últimos dias.

“Nós não tivemos ainda a experiência de um lockdown, de um fechamento total”, ressaltou Mandetta.

Questionado se se sentia “constrangido” com o fato de Bolsonaro não seguir as orientações da pasta, Mandetta respondeu que a relação “preocupa”.

“Ela [a relação com Bolsonaro] preocupa. Porque a população olha e pensa: ‘Será que o ministro é contra o presidente? Não há ninguém contra ou a favor. Nosso inimigo é o coronavírus. Ele é nosso principal adversário”, completou.

O ministro alertou que os meses de maio e junho serão os de maior estresse para o sistema de saúde. “Teremos os 60 dias mais duros para as nossas cidades”, disse Mandetta, enquanto, ainda ontem o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que “parece que o coronavírus está começando a ir embora”, mas o desemprego “está batendo forte”. A declaração ocorreu durante videoconferência de Páscoa com líderes religiosos.

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