Mais de 90% das mortes violentas em Criciúma foram esclarecidas
Dados são dos crimes praticados em 2023; das 15 mortes violentas confirmadas, 14 casos possuem autoria definida
A Polícia Civil de Criciúma atingiu um índice de mais de 90% de solução dos crimes violentos (homicídios, latrocínios e confrontos com a polícia) que ocorreram em 2023 na cidade. Foram 15 casos, sendo que 14 já foram concluídos e possuem autoria definida e qualificação dos autores. Apenas um ainda está em processo de investigação.
Das 15 mortes, uma das que mais gerou repercussão na cidade foi o latrocínio (roubo seguido de morte) do delegado de Polícia Civil José Tadeu Vargas dos Santos, de 66 anos, que ocorreu no início de 2023. Após investigação, todos os envolvidos foram presos.
Outras três mortes ocorreram durante confronto com a Polícia Militar (PM) e outros 11 casos foram registrados como homicídios.
Em dezembro, o corpo de um homem foi encontrado próximo a uma lagoa no bairro Verdinho, em estado avançado de decomposição. Este caso, de acordo com o delegado de Polícia Civil Yuri Miqueluzzi, que está no comando da 6ª Delegacia Regional de Polícia Civil (6ª DRP) de Criciúma durante o período de férias do delegado André Milanese, ainda está em investigação para identificar se trata-se de um homicídio. Caso seja confirmado, os dados sobem para 16.
Índices superam indicadores de países de primeiro mundo
Com a resolução dos 14 casos ocorridos em 2023, a Polícia Civil tem um índice de 93.3% de resolução das mortes violentas. Os números também são considerados bons se comparadas as mortes por cada 100 mil habitantes. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, Criciúma conta com 214.493 habitantes, resultando em 5.59 homicídios por 100 mil habitantes. Índices que superam indicadores de países de primeiro mundo, como os Estados Unidos, que registrou 6.38.
Comparado com o Sul de Santa Catarina, Criciúma também tem números menores que o da região, que registrou 8.65 mortes violentas por 100 mil habitantes. “Nossos números são comparados com os americanos. Índices de 93% são raríssimos, é um índice da Europa, que tem menos mortes. Estamos acima, sendo que temos uma quantidade maior de mortes”, enaltece o delegado Yuri Miqueluzzi.
Atualmente, quem está à frente da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Divisão de Investigação Criminal de Criciúma (DHPP/DIC), é o delegado João Westphal, que assumiu em outubro. Antes, o setor era coordenado pelo delegado Vitor Bianco Júnior, que atualmente está à frente da Coordenadoria de Operações com Cães, Núcleo de Operações com Cães (NOC) de Criciúma.
Ação conjunta das forças de segurança
Para Miqueluzzi, os índices obtidos são resultados de uma ação conjunta realizada pelos profissionais das Polícias Civil, Militar e Científica e Instituto Médico Legal (IML) tanto nas atuações realizadas no local do crime como nas investigações. Também, conta com o trabalho essencial realizado pelo Ministérios Públicos e Poder Judiciários, com rápidas emissões de mandados de busca e apreensão.
“É um resultado extremamente positivo em dois aspectos, tanto pela quantidade de mortes violentas, que está controlada e é menor que índices americanos, como na resolução, que reflete o trabalho de investigação dos policiais da DIC, em conjunto com o serviço da Polícia Militar, ações rápidas cautelares do Ministério Público e Poder Judiciário e trabalho de perícia, todos são essenciais. Nos últimos três anos, na cidade, estabelecemos um índice muito bom de controle de mortes violentas intencionais”, frisa o delegado.
Roubos em Criciúma caem 25%
A Divisão de Investigação Criminal de Criciúma (DIC), da Polícia Civil, realizou análise das ocorrências de roubos em Criciúma, em comparativo anual de 2022 e 2023 (01/jan – 31/dez/2022 versus 01/jan – 31/dez/2023). Os dados demonstram queda de (-) 8,03% nos registros totais de roubos consumados na cidade. Os roubos em residências recuaram (-) 25%, enquanto os roubos em comércios diminuíram (-) 14,29%. Os delitos de furtos/roubos de veículos apresentaram retração de (-) 7,50%.
A tendência de recuo se mantém acentuada neste início deste ano. Na parcial de 01-17/jan/2023 versus 01-17/jan/2024, os roubos consumados em Criciúma apontam queda de (-) 78,13%, enquanto roubos em residências reduziram pela metade (-) 50% e em via pública caíram (-) 62,50%. Os furtos/roubos de veículos diminuíram (-) 63,64%.
A Polícia Civil realiza as investigações de roubos em Criciúma pela Divisão de Roubos. Em 2023, após investigações policiais, 82 pessoas foram indiciadas por roubos e/ou extorsões na cidade, sendo formalizados 55 pedidos de prisões pela Polícia Civil nestes crimes.
Segundo a Polícia, os números positivos são resultado de desempenho integrado da Civil com demais forças de segurança, incluindo Polícia Militar, Polícia Científica, Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, além das rápidas atuações do Ministério Público e Poder Judiciário. Dados estatísticos pela Gerência de Contrainteligência e Estatística, da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (DINT/PCSC).