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Mais caro que a gasolina: GNV aumenta R$ 1,22 nas bombas

Nos postos de combustíveis de Criciúma, desde ontem, 2, o novo valor já foi repassado

Abastecer com Gás Natural Veicular (GNV) ficou mais caro que a gasolina. Nos postos de combustíveis de Criciúma, desde ontem, 2, o novo valor já foi repassado para as bombas. Enquanto a gasolina comum custa em média R$5,89, o GNV, está em torno de R$6,27. E claro, o consumidor não gostou muito desse reajuste. “Agora não vai mais compensar. Complicou. Vou voltar a abastecer com gasolina”, lamenta a motorista de aplicativo, Jéssica Barros.

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Frentista de um posto de combustível, Nico Daufenbach, conta que desde ontem, ao chegar nas bombas os motoristas reclamam do novo valor e acabam optando pela gasolina. “Diminuiu 50% o abastecimento no GNV”, diz ele.

Com o GNV, a R$ 6,27, o proprietário de um posto de combustível de Criciúma, Diogo Nuernberg Rosso, diz que ainda vai reduzir 0,20 do valor. “Não somos vilões, infelizmente a Petrobras está repassando esses valores absurdos. Não temos o que fazer, precisamos repassar, nossa margem está cada vez menor”, lamenta.

Mas conforme o empresário, o GNV ainda se torna mais em conta do que a gasolina. E exemplifica. “Digamos que um carro faça 10 km por litro com gasolina. A gasolina hoje aqui no posto está R$5,89, então custaria, 58,9 centavos por km. Mas se for no GNV, a R$5,97, dividido por 12km, irá custar R$0,49 o Km rodado. É esse cálculo que o consumidor precisa fazer. Com o uso do GNV acaba rendendo 20% a mais do carro”, orienta.

O que diz a SC Gás

Conforme a SC Gás, a necessidade de reajuste se originou na contratação de fornecimento do insumo que a concessionária fez com a Petrobrás em vigor a partir de 2022, e que corresponde, em 2022, a 1,3 milhão de metros cúbicos por dia. Este contrato, denominado NGM 25, têm valor correspondente a 17,4% do brent (o valor de referência internacional do preço do Petróleo), equivalente atualmente a cerca de 17,7 dólares por milhão de BTU (sigla para British Thermal Unit, unidades de caloria). Outros 800 mil metros cúbicos diários do insumo são fornecidos por meio do contrato NMG 23, com valores correspondentes a 11,6% do brent, em torno de 11,8 dólares por milhão de BTU (mmbtu). Inicialmente o reajuste seria aplicado a partir de janeiro, mas graças a uma liminar da Justiça obtida pelo governo do estado no início do ano e derrubada em abril pela Petrobrás, ele passa a ter efeito a partir de julho.

O contrato NMG 25 prevê alterações de valores e de fornecimento a partir de 2023, quando o preço decairá para 14,4% do brent, ou 14,6 dólares/mmbtu e o fornecimento se reduzirá para 1,2 milhão de m³/dia. Em 2024 e 2025, o preço aplicado será de 11,4% do brent (11,1 dólares/mmbtu), enquanto o fornecimento previsto é de 1,06 milhão de m³/dia (2024) e 890 mil de m³/dia (2025). “Precisamos sobreviver ao 2º semestre de 2022”, afirmou o diretor presidente da SCGÁS, Willian Lehmkuhl, referindo-se ao período mais elevado do valor do insumo no período. Com a redução do valor a partir de janeiro, ele não descarta a possibilidade de redução da tarifa do gás natural no início de 2023. Mas, para isso, precisam ser mantidas as demais variáveis, como o câmbio e o preço internacional do petróleo.

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