Passados 11 dias da morte de Júlia Volp, 20 anos, transexual que foi encontrada sem vida, em um terreno baldio, no bairro dos Ingleses, em Florianópolis, sua mãe Janaina Rita da Silva e outras três pessoas foram chamadas para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da capital. A conversa será na próxima segunda-feira, dia 18, às 13 horas.
“Estava esperando uma ligação desde o último dia 8, para buscar os pertencentes da Julia e tentar saber o que aconteceu, mas somente nesta tarde (hoje- quinta-feira), que fizeram contato da delegacia”, informa Janaina que acredita em justiça. “O caso da minha filha não vai ficar assim e quem fez isso terá que pagar”, fala indignada.
Recorde o caso
Janaina conta que Júlia saiu de Criciúma com uma amiga, na quarta-feira, 29 de novembro, com destino a Florianópolis. Segundo ela, a garota pegou o ônibus, às 16 horas e sua última visualização no whatsapp foi às 23h51 do mesmo dia. “Na quinta-feira fiz contato, ela não respondeu. Comecei a me preocupar. Procurei o Bruno (namorado de Júlia) e por meio das redes sociais ele conseguiu contato da amiga com quem ela havia viajado que nos confirmou o sumiço. Dias depois veio à notícia de que Júlia estava morta”, conta Janaina.
Júlia foi encontrada em um terreno baldio, no bairro dos Ingleses, mesmo local onde foi vista pela última vez. A mãe diz não entender como ela sumiu por cinco dias, sem que ninguém tenha sentido a sua falta. Ainda segundo a mãe, ao reconhecer o corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Florianópolis constatou marcas de agressões físicas. “Minha filha teve uma morte muito violenta”, disse.
No velório na manhã de terça-feira, 5, o sentimento era de revolta. Devido ao avançado estado de decomposição, o sepultamento de Júlia que estava marcado para às 9 horas, aconteceu às 8h30, no Cemitério de Morro da Fumaça. “O grito de socorro foi muito forte, não podemos deixar isso passar em branco, afinal tirar uma vida é muito triste”, lamentou no dia Vânio Tomé, amigo de Júlia.